José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

Pessimismo da inteligência ou otimismo da vontade?

Publicado em 18/01/2023 às 06:00.

O Professor Renato Janine Ribeiro, em recente artigo publicado pela SBPC, faz uma interessante reflexão sobre a atual situação da Ciência e da Tecnologia no Brasil. Nas primeiras linhas ele cita esta célebre frase do romancista francês Romain Rolland, conhecida por muitos porque Gramsci a popularizou: “O pessimismo da inteligência não deve abalar o otimismo da vontade” (veja em http://portal.sbpcnet.org.br/noticias). Com efeito, há pessoas que, ouvindo apenas os apelos da própria inteligência, vê só dificuldades em qualquer empreitada. No caso dos concursos e do Enem, é comum ouvirmos frases do tipo “são muitos os candidatos”. Numa versão de baixa autoestima, o desânimo fica martelando assim na cabeça: “Muitos candidatos são melhores do que eu”. Caro leitora ou cara leitora, frases como essas são esforços equivocados da sua inteligência para despertar o pessimismo. E o otimismo da sua vontade? Onde ele foi parar? Se alguém te disser que “são muitos os candidatos”... são muitos mesmo. Mas estima-se que apenas 3% deles realmente levam a sério os estudos, alcançando assim a condição de “concorrente”. Então, da próxima vez que você estiver diante da relação de candidatos por vaga, calcule 3% disso. Por outro lado, se alguém te disser que, “no início os estudos parecem difícil e, depois, vemos que é fácil”, não acredite. Porque, na verdade, “no início os estudos parecem difícil e, depois, vemos que... que é difícil mesmo”. Se alguém te disser que é fácil, não compre sonhos que, depois, podem virar pesadelos.  Mas, mesmo sendo difícil, mantenha-se firme na sua força de vontade. Porque, ao perceber o progresso nos estudos, você será tomado pelo otimismo. E, mesmo que o fracasso venha, não desanime e não considere que os meses de estudos foi um tempo perdido. Porque o tempo dedicado aos estudos é sempre um tempo ganho. Recentemente atendi uma cliente, cuja causa judicial há de ser, para mim, um grande desafio advocatício. Ela é jovem e está se preparando para o Enem, já pensando nos concursos de carreiras jurídicas que pretende fazer. Mas, às vezes, ela divaga entre o otimismo da vontade e o pessimismo da inteligência, que ela tem de sobra. Então, tomara que a força de vontade dela tenha a mesma medida da inteligência. E ela irá longe. A todos eu desejo bons estudos. 

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