José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

'Pra não dizer que não falei da Guerra'

Publicado em 25/10/2023 às 06:00.

Parafraseando Geraldo Vandré, e sua música “Caminhando”, também chamada “pra não dizer que não falei das flores”, ninguém há de dizer que não falei da Guerra no Oriente Médio. Afinal, já relacionei os mais distintos assuntos ao tema das técnicas de estudos. Cada uma das datas comemorativas do Brasil mereceu, pelo menos, um artigo nesta coluna.

Temas da atualidade também não me passaram despercebidas. Então, por que eu não falaria sobre essa Guerra? Afinal, nas minhas palestras eu comparo a maratona de estudos com uma guerra: vence quem tem a disciplina, o empenho e a abnegação de um soldado.

Mesmo com essas virtudes que o estudante deve ter, há uma característica das guerras que não combina com as disputas nos concursos ou no Enem. Refiro-me à violência, que está na essência de toda e qualquer guerra.

Mas - perguntará o leitor - afinal, Professor Roberto, quem tem razão na Guerra entre o Hamas e Israel? É por causa dessa pergunta, que nos obriga a tomar partido, que eu não pretendia falar sobre essa Guerra, ou sobre qualquer outra.

Mesmo assim, não fugirei à resposta. Mas, nesses tempos de fanatismo e ideologia exacerbada, manterei a neutralidade.

Antes de qualquer guerra começar, os dois lados têm razão. Isso é especialmente verdadeiro no caso do Oriente Médio: Israel quer ser reconhecido como Estado pelos árabes. E os palestinos também querem se organizar numa nação soberana.

E durante a guerra? Se antes da guerra começar os dois lados têm razão, o mesmo não ocorre durante a guerra. É nessa fase que os dois lados perdem a razão, seja do ponto de vista moral ou do ponto de vista racional mesmo. Porque a guerra, embora às vezes inevitável, é a mais intensa perda da racionalidade e da moralidade.

E depois da guerra? Nesse caso, como ocorre desde as mais antigas civilizações, prevalecerá a “razão” do vencedor.

Então, seja qual for a sua opinião sobre Israel e o Hamas, fiquemos com as virtudes de disciplina, empenho e abnegação dos guerreiros. Elas são úteis para os seus estudos renderem. Quanto à característica da violência, pode até ser útil para os soldados, mas não tem serventia na “guerra” dos concursos e do Enem.

Desejo a todos bons estudos.

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