Na última semana comemoramos duas datas importantes: Dia de Tiradentes e Dia do Índio. Ambos foram importantes na libertação da América Latina.
Nossa historiografia registra a trajetória de muitos índios que se tornaram brasileiros ilustres. O índio Poti, por exemplo, foi educado por jesuítas e se tornou um eloquente orador, com domínio de várias línguas.
No século XVII ele adotou o nome de Felipe Camarão e conquistou um cargo de oficial no nosso incipiente Exército. Assim, tendo o respeito e admiração dos superiores e dos subordinados, tornou-se um dos líderes na guerra contra os holandeses.
Nos demais países latino-americanos não é diferente. No México a Família Real do Imperador Montezuma era composta por mulheres de fibra. Uma delas chegou a se casar com um dos conquistadores para fortalecer a aliança política com a Espanha.
Mas, com tantas histórias contadas por homens (referindo-me ao gênero masculino), as mulheres tendem a cair no esquecimento. Afinal, alguém aí sabe me dizer qual foi a importância da esposa de San Martin na libertação da América?
Espero ouvir em breve os locutores (e locutoras) anunciarem os jogos da “Copa das Libertadoras”. E o que isso tem a ver com os estudos? Ora, tem tudo a ver. Esporte não é apenas saúde, é também emoção. E, sendo emoção, nos faz memorizar mais e melhor.
Você duvida? Então, diga-me o nome de 11 ministros do atual Governo. Você teve dificuldade para responder? Não se preocupe. Eu também tenho. Agora outra pergunta: diga-me os 11 jogadores do time do seu coração. Aí você sabe. E por que você sabe? Porque futebol é emoção.
Então, assim que a Conmebol adotar minha sugestão, rebatizando a disputa no futebol feminino de “Copa das Libertadoras”, passaremos a conhecer melhor o papel das mulheres na história do nosso continente. E o melhor: isso induzirá a um maior respeito pelas mulheres do nosso cotidiano.
Então, dirigentes da Conmebol, em nome dos estudantes que querem aprender mais sobre participação das mulheres na nossa história, mudem o nome da competição. Passemos a chamar a disputa feminina de “Copa das Libertadoras”.
A todos eu desejo bons estudos.
* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, professor das Faculdades Promove e mestre em Educação. Autor dos livros “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.