Kênio PereiraDiretor Regional em MG da Associação Brasileira de Advogados do Mercado Imobiliário. Advogado e Conselheiro do Secovi-MG e da CMI-MG.

Eleições da OAB-MG: a realidade e a propaganda

05/11/2021 às 20:17.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:12

Uma das coisas mais comuns nas eleições são os candidatos surgirem às vésperas do pleito com enorme simpatia, sorridentes, acessíveis e dispostos a ouvir e a atender os eleitores, que nessa hora são prioridade. Logicamente que na campanha à eleição para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais, não está isenta de tal situação, sendo uma das maiores dificuldades montar uma chapa com dezenas de membros na Diretoria da OAB e da CAA, além de um Conselho com 160 advogados. Diante dessa realidade, é impossível as chapas serem inovadoras, pois sem lideranças experientes não há chance de êxito. A renovação existe em todas as chapas de maneira criteriosa, mas o que vemos claramente são as duas chapas principais compostas por vários ex-diretores, sendo importante pesquisar a contribuição de cada um para categoria antes de decidir a quem apoiar.

Como advogado militante há mais de 30 anos posso afirmar que, quando fui convidado a participar em 2010 da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-MG, fiquei surpreso com a receptividade do Luís Cláudio Chaves, na época presidente, e da Helena Delamonica, que exercia a função de secretária geral, que, de maneira simples, sempre acolheram os advogados, especialmente os iniciantes. Nas grandes instituições, os formandos imaginam ser difícil participar das reuniões e dos eventos, mas na OAB-MG isso é bem diferente, tanto é que foi Luís Cláudio o primeiro presidente da OAB Jovem. Isso vem a dar certeza da sua disposição, caso eleito para 2022, em criar o Conselho da Jovem Advocacia, em investir em cursos gratuitos na ESA e ampliar os descontos na anuidade, pois nos anos que ele já foi presidente congelou o seu valor de maneira que a ela permaneceu umas das mais baixas do país. 

ADVOCACIA É UMA PROFISSÃO NOBRE, MAS NÃO DE LUXO 

Talvez essa postura mais aberta e inclusiva da OAB não agrade alguns, pois muitos escritórios de luxo, com grandes interesses, procuram concentrar o acesso à Justiça a um grupo seleto. Isso explica o enorme investimento financeiro em marketing, com maciça propaganda que somente uma elite é capaz de pagar, podendo o jovem advogado ser seduzido pela ostentação e as frases de efeito criados por marqueteiros de alguma chapa. A realidade de vida de alguns advogados de elite é muito distante do dia a dia da maioria das profissionais, sendo fundamental que a Diretoria que vier a conduzir a OAB e a CAA compreenda as questões sociais e dificuldades que a advocacia empobrecida enfrenta. 

REAL VALORIZAÇÃO DA MULHER ADVOGADA

Pela primeira vez na história da OAB Mineira, poderemos ter uma presidente à frente da Caixa de Assistência dos Advogados, com Helena Delamonica, que, na sua trajetória, obteve êxito com a conquista da quota de 30%, que agora passou a ser de 50% da participação das mulheres em todos os cargos da OAB nacional.

Além disso, ela promoveu o crescimento exponencial das comissões, que hoje são 96 e que colaboram no exercício da profissão e na valorização do advogado independentemente de sua origem, sobrenome ou indicação.

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