De acordo com a Organização Mundial do Turismo, a atividade vem apresentando forte crescimento mundial, inclusive depois da pandemia. Em 2019, esse aumento foi de aproximadamente 8% em relação ao ano anterior. Em 2017 no Brasil, registrou-se o maior número de entradas de estrangeiros no País da história: 6,5 milhões de pessoas, uma alta de 11,1% em relação a 2016. Depois desse recorde não superamos o patamar de 4 milhões de estrangeiros.
O marketing e divulgação pelas redes sociais não é o suficiente para manter o turismo brasileiro (Freepix)
O potencial turístico brasileiro é muito grande, mas ainda desperdiçado. Não existe um plano de investimento por parte da Embratur e do Ministério do Turismo. É preciso lançar novos hotéis, investir na interiorização do turismo, baratear os custos das passagens aéreas e promover campanhas fortes de segurança e de promoção turística.
O Brasil, antes da pandemia, presenciou um aumento no poder econômico da população, que possibilitou a compra de smartphones e acesso à internet, tendência que não perdeu força mesmo com a crise. A influência que as redes sociais e suas postagens têm sobre o consumidor é inquestionável e foi responsável pela descoberta de novos destinos turísticos de fácil acesso.
As redes sociais viraram fator determinante na promoção dos destinos e respondem à busca do público por “experiências exclusivas”. Esse fenômeno não ocorre no Brasil com a mesma intensidade que em cidades europeias, como Amsterdã, Barcelona e Veneza, que recebem mais turistas sozinhas do que todo o território brasileiro. Sobre a quantidade de entrada de estrangeiros no país, os números da atividade turística brasileira são muito tímidos. Os dados não registram aumentos significativos desde os anos 2000.
Mesmo assim, é possível perceber durante novembro, dezembro e janeiro aumento de oferta de empregos na área, principalmente em hotéis, e uma retomada do setor de agenciamento e eventos e boa recuperação dos cruzeiros marítimos. O marketing e divulgação pelas redes sociais não é o suficiente para manter o turismo brasileiro. É necessário investimento da
gestão pública em setores fundamentais, como saúde, segurança e saneamento, além de construir o turismo como uma atividade econômica, não apenas de lazer.
Tenho notado que as grandes capitais brasileiras têm acontecido o fechamento de muitos hotéis na região central de cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo. O turismo corporativo iniciou uma tímida recuperação após ter quase zerado sua produção em 2020 e 2021 e no primeiro semestre de 2022. A pequena recuperação começa a ocorrer no segundo semestre do ano passado, e esperamos agora que haja de fato um crescimento real.
Precisamos acabar com algumas mentiras, como: “Cobrando as malas as passagens aéreas ficarão mais baratas”. Isso por exemplo nunca aconteceu, o pior foi uma explosão de tarifas. Vamos torcer para que a Embratur e o Ministério do Turismo possam criar condições reais para ajudar no crescimento do turismo interno, como, por exemplo, o reescalonamento das férias escolares.
Na pandemia, tivemos uma ação desastrosa por parte das lideranças turísticas por aqui. Não precisamos tocar sanfona, mas tocar obras de infraestrutura como portos, aeroportos e duplicação de rodovias. Temos de dar segurança aos turistas internacionais que nos visitam, promover o Brasil em outras esferas de mídias e fortalecer os laços para um crescimento real e plural do turismo interno.
Por isso que o Hoje em Dia acredita nesse segmento importante da economia.
Em breve nos veremos Logo Ali.
* Diretor Executivo da Assimptur