Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

A possível guerra

Publicado em 02/02/2022 às 06:00.

É incrível a disposição bélica de algumas nações. E não são as pequenas e pobres, como algumas da África, que não se contentam em morrer pela fome. Enveredam pelos rumos tenebrosos das guerras, como ainda se verifica em partes de cima do globo terrestre.

Sabe-se que a guerra entre as duas Coreias, supostamente encerrada em 1950, não está sequer formalizada. Elas chegaram a um “acordo de princípio” para dar fim ao conflito, mas não conseguiram meios para um documento definitivo.

Segundo o “The Guardian”, de Londres, o presidente da Coreia do Sul informa que as negociações estavam sendo impedidas por objeções norte-coreanas por “hostilidade dos Estados Unidos”. Porque, afinal, o conflito envolve também interesses de Tio Sam e da China, e estes dois não amarram os cavalos no mesmo porte.

Já constitui um passo à frente a posição norte-coreana, mais aberta ao diálogo, o que antes parecia muito remoto. Segundo o ministro sul-coreano da Unificação, “a Coreia do Norte lançou mísseis de curto alcance este ano, mas não fez o quadro da situação deteriorar-se severamente, nem elevar as tensões a um alto nível”.

Bom recordar: a guerra da Coreia terminou em julho de 1953, com um armistício, mas não com tratado de paz. Isto é, Norte e Sul estão tecnicamente em guerra. Washington mantém 28.500 militares na Coreia do Sul e o fato gera dúvida sobre intenções da Casa Branca. Em verdade, não se pode depositar muita confiança em paz por aqueles lados. Toda a Europa admite, e o mundo está ciente da realidade do que acontece, não muito longe. Tropas da Rússia estacionaram na fronteira da Ucrânia, ex-país soviético, considerando-se que a Rússia pode cruzar, a qualquer momento, as linhas divisórias.

O mundo teme. Não é possível, ou não seria possível, que outra convulsão mundial se registrasse, quando sequer se conseguiu vencer as imensas dificuldades contra o coronavírus2 e a Covid-19. Só no Brasil as vítimas fatais causadas pela cruel pandemia já nos levou acima de 622 mil pessoas, seres humanos, portanto.

Enquanto os adeptos de paz se inquietam diante dos horizontes malignos, os EUA determinaram a saída de familiares de sua representação em Kiev para lugar menos vulnerável. Inequivocamente, há risco.

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