Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Contra a natureza

Publicado em 08/04/2025 às 06:00.

Quando o prefeito de Belo Horizonte era o engenheiro Celso Mello de Azevedo, ele promoveu o Movimento Municipalista Mineiro, que gerou a Associação Mineira de Municípios, que hoje é de relevante importância na vida do estado.

Nas reuniões em cidades maiores, destacava–se então a inadiável necessidade de se evitar a desertificação de nosso território. Hoje, a imprensa do país reconhece como o problema se ampliou, causando inquietação e medo.

Os jornais da segunda quinzena de março de 2025, informaram que o Brasil perdeu 400 mil hectares de superfície de água no ano passado, extensão equivalente a mais de duas vezes a cidade de São Paulo. Isto quer dizer que, no ano findo, o território coberto no Brasil por corpos hídricos e reservatórios ficou em 17,9 milhões de hectares, com recuo de 2% em relação aos 18,3 milhões de 2023.

Não sem razão, portanto, Yuri Verçosa, CEO e fundador da Foz Sustentável, adverte ser imprescindível o consumo consciente de água em nossa rotina, enfatizando que reutilizar o que seria desperdiçado é o diferencial para garantir a durabilidade deste recurso.

Verçosa aponta: “Entre os principais vilões da perda de água do sistema de abastecimento até chegar às empresas e residências destacam-se os pequenos vazamentos em tubulações internas. Para se ter uma ideia, um buraco de apenas dois milímetros em um cano pode desperdiçar até 96 mil litros de água por mês. Torneiras pingando parecem inofensivas, mas geram uma perda de até 40 litros de água por dia. Por isso, é preciso ficar atento a esse desperdício. O primeiro ponto para perceber o vazamento começa no bolso.

O próprio homem está contribuindo para a destruição dos bens que a natureza lhe doou. É preciso ter cabeça e coração para agir com senso. O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, observava há poucos dias: “As profundas crises que ameaçam o planeta não são resolvidas com xingamentos e extremismos. Também não podem ser superadas a partir da imposição de concepções incompatíveis com o bem comum. 

A divisão que inviabiliza a cooperação global é fenômeno que precisa ser estudado e melhor compreendido, pois impacta diretamente as ações políticas nas relações internacionais, institucionais e interpessoais.

Vive-se, assim, a fase seguinte ao fenômeno da polarização, com o agravamento das divisões que ferem o planeta, prejudicando especialmente os mais pobres e vulneráveis”. (...)

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