Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Drummond acorda

Publicado em 13/08/2025 às 06:00.

O cidadão nascido neste país ou o que para aqui se transferiu pensando em existência mais amena sente que se enganou. A situação é verdadeiramente difícil e as pessoas não percebem. Abrem os jornais, ouvem as rádios, ligam a televisão e se perguntam: e daí? Vamos melhorar? Vamos pagar menos impostos e ter mais e melhores serviços do Estado?

Mas mudou o clima, o tempo, mas não melhorou nada a vida do cidadão. As temperaturas em Belo Horizonte estão lá embaixo, Monte Verde mineiro, alcançou o índice no mercúrio do termômetro mais baixo do Brasil, com menos de um grau.

A temperatura política, a sua vez, tem sido altíssima, não contribuindo em nada para conforto do cidadão, que segue carregando sua cruz e a carga pesada do tributo.
 
Os serviços de obrigação do poder público em nada honraram. Preocupa-se, na nação quase sempre em crise, com a guerra dos Bolsonaros com o ministro Alexandre de Moraes, que adquire feições internacionais. Onde vai parar isso? Quem vence?

Trump não se importa com essa guerra. Ele quer saber do resultado de seu tarifaço que levou a cataclismo todas as nações, ricas ou pobres, budistas, cristãs ou de qualquer outro grupo religioso.
 
Para o titular da Casa Branca o essencial é pôr dinheiro no bolso dos americanos já sortudos, nem que seja como efeito do tarifaço. Ele mesmo confessou.

O dono do Salão Oval da Casa Branca é peremptório: Lula pode ligar quando quiser. Só não revela se algum pleito ou solicitação do Planalto será aceito e deferido. Aí o assunto é mais embaixo.

Putin, em sua suposta tranquilidade do Kremlin se mostra aparentemente afastado da questão. Quer triunfar sobre a Ucrânia, numa guerra com mais de três anos. Ele deseja, sim, que o Zelensky abra mão dos territórios já ocupados e transfira suas terras raras para uso e glória de Moscou. Em Brasília, admite-se até com certo bom humor.

Se Tio Sam não quiser o café requentado pelo preço de Trump, a China terá prazer em fazê-lo. A rubiácea brasileira supera todos em qualidade. 

Nos grupos políticos, também anda nas alturas a temperatura, com anistia, impeachment de Moraes e mandatos de Zambelli e Eduardo Bolsonaro. 

Todos os setores produtivos sofrem pesadelos ante o tarifaço. Indústria teme pelo etanol, o gusa mineiro já reduziu a produção, a taxas elevadas derrubam mercado e o setor químico prevê demissões. De sua sepultura, Drummond pergunta, ansioso: E agora, José?

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