Os russos começaram a votar, sexta-feira, 15 de março, para escolher um novo presidente para a grande nação, que substituirá Vladimir Putin.
Ou seria o mesmo, Putin, que comanda a Rússia há 24 anos, o mandatário de maior tempo de governo desde Stalin na era soviética. Possível que sim, quase certo, se se considerasse a maneira de se eleger um presidente na terra de Tolstoi e Dostoievski.
Dias antes, Putin ameaçou usar arma nuclear, diante da união de nações europeias, com ênfase as da OTAN, para contrapor-se ao Kremlin. Putin afinou, mas suas posições não podem ser consideradas seguras e sólidas. As eleições de março poderiam mudar muito o panorama geopolítico de ponderável extensão da Europa. Não aconteceu.
A Ucrânia pediu à comunidade internacional para rejeitar o resultado do pleito presidencial, avaliando a disputa com uma farsa, pois se adivinhava a “vitória” do atual presidente, inclusive pela votação segura nas regiões de outros países ocupados por Moscou.
Se o Dr. Vladimir Putin está, há 24 anos no poder, “não é por livre expressão de vontade do povo, mas pela manipulação da Constituição”, por uma “propaganda total” e “destruição” de toda competição política, argumentou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia.
A sucessão no Kremlin já serviu a toda espécie de narrativas. Virou até história em quadrinhos à época de Stalin, o mais poderoso em sua pátria e um dos mais poderosos no mundo depois do pós-Segunda Guerra Mundial, que comandava a URSS após a morte de Lênin, em 1924.
Conhecido pela severa vigilância em todo o território e pela tensão durante a guerra-fria contra os EUA, Stalin é sempre lembrado por perseguir seu maior rival (ou inimigo) político, Leon Trotsky, assassinado no México em 1940. No filme “A morte de Stalin” contam-se as tramas que surgem a partir de um derrame cerebral que o levou à morte.
O ditador russo foi definido como genocida e ditador implacável por grande parte da União Soviética e esquerda internacional. A despeito de tudo, sua morte provocou uma comoção social nunca vista antes na URSS. Sua filha Svetlana disse, certa vez: “O pai tinha raiva de tudo, brigava com todo mundo”.