Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Eis violência

Publicado em 17/06/2025 às 06:00.

O mundo é violento, a sociedade ampliou a violência. A guerra a que se refere o papa Leão XIV invadiu todos os setores, níveis, escalões e as famílias. Não há paz em lugar algum, região e classe. Personagens maléficas invadiram os programas de rádio, as obras de literatura, horários amplos das televisões. Vivemos em estado de ódio.

Uma menina de 14 anos, estudante de um colégio em grande cidade mineira, no Triângulo, foi assassinada em aula. Algo profundamente doloroso, mas que reflete o ambiente agressivo em que ora nos achamos. Mas não é caso isolado. Minas contabilizou 525 denúncias de agressões contra crianças e adolescentes em instituições de ensino, este ano, até 5 de março. E o número constituiu somente referência. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania – os jornais publicaram – revelam que cada relato registrado esconde múltiplas violações, que vão de agressões psicológicas até injúria racial e incidência de suicídio.

A violência está em expansão e em grande parte dos atos praticados, das denúncias e notificações, com muito pouco resultado prático em benefício de menores de idade. Isso, contudo, é apenas parcela do mundo adverso em que vivemos.

É imenso o noticiário e a Imprensa não pode ocultar. A corrupção entra como árvore daninha em todas as áreas da atividade pública. O recente caso de altíssima fraude do INSS é simplesmente um caso, a despeito de sua dimensão e ampla divulgação. Há gatunos disfarçados desde as recepções às mesas do Legislativo e do Executivo.

Enquanto os aposentados e aposentadas relatam como foram lesados, insiste-se em não investigar por CPI as ilegalidades no Instituto. Pelo sim e pelo não, persistem os golpes, que tornam mais aguda a dor no bolso de quem precisa sobreviver, causando grande impacto moral sobre a população, que crescentemente crê menos naqueles que ocupam ou pleiteiam cargos públicos.

Os cidadãos, os bons cidadãos, acabam por não crer no positivo resultado do dinheiro oferecido como contribuição ao funcionamento da máquina administrativa. O tributo, além de coercitivo, é mal-empregado ou desviado. 

Assim, a máquina pública funciona mal e porcamente, como se diz na gíria. Criminosos presos (a grande maioria) e inúmeros criminosos soltos, além de parcela concentrada em poderosas organizações, com influência e atuação em todo o país, disseminada por todos os estados e ramificações internacionais. E como faturam! Em todo caso, ainda temos o Estado Democrático de Direito.

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