Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Em busca da paz

Publicado em 20/08/2024 às 06:00.

O falecimento do apresentador e empresário Sílvio Santos, no último fim de semana, mudou a programação dos meios de comunicação no país, quando o tema de todas as redes se concentraram na descrição da vida pessoal do mais assistido personagem da cena televisiva nacional das décadas recentes. Candidato até a Presidência anos atrás, Sílvio Santos conquistara enorme plateia, em que não influíam os partidos políticos. Sequer houve restrições à sua origem judaica, embora o Oriente Médio se encontre em pleno conflito entre Israel contra Hamas e Irã principalmente, embora caminhe para um ano o ataque terrorista de 7 de outubro. 

As vozes mais credenciadas do mundo político brasileiro se manifestaram em pronunciamento de pêsames pela morte já esperada do empresário/artista, há algum tempo, se formara, ao longo de decênios, o seu prestígio pessoal, sua capacidade de conquistar prosélitos e grupos de admiradores. Não só políticos, porque segmentos do empresariado também se aliaram às expressões de solidariedade à família, às empresas formadoras de seu poderoso grupo.

O SBT, por orientação pessoal do antigo comandante do grupo, manifestou-se em mensagem curta: “Sílvio viveu 93 anos para levar felicidade e amor a todos os brasileiros”. Também sensibilizou ao tentar ensinar sua fórmula salvadora: “O sorriso é a melhor arma para inspirar confiança. O homem que sorri é um homem confiante, de quem toda gente gosta”.

Curiosa a situação do mundo nesta hora.

Enquanto a África registra mais de 18.700 casos mpox extensiva a doença a outras nações; enquanto a Venezuela enfrenta nova crise, entre tantas outras ameaçadoras à população; enquanto o regime nicaraguense persiste em sua obsessiva posição ditatorial; enquanto continua a guerra da Rússia com a Ucrânia; outros segmentos do povo de diversas nações enfrentam o desafio da fome e da disseminação de enfermidades severas, no Brasil aconselha-se o riso para amenizar os desafios. 

Por oportuno, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, D. Walmor Oliveira de Azevedo, evocou a mensagem de convocação e de advertência do Papa, no Dia Mundial da Paz, em 2016.  O alto dignitário da Igreja Católica entre nós alerta a comunidade para o fato de o berço da indiferença ser o coração humano, onde podem residir sentimentos que afrontam os mais necessitados, levando à conquista da paz e da solidariedade.  

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por