Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Entra e sai

Publicado em 12/11/2025 às 06:00.

Assim são as academias de letras, como outras no seio das artes, que atraem e reúnem pessoas de alto nível intelectual e social geralmente. São elas que – por seus méritos e habilidades em determinada área do saber e do saber-fazer, conquistam uma vaga em sodalício. Ficam lá e participam de suas atividades enquanto vida houver. Ficam imortais, mas falecem. 

É o caso do escritor Orlando Vaz Filho, presidente emérito da Academia Mineira de Letras, que a deixou, e a nós, no final de 2024. Sua memória e seus valores foram lembrados em 17 de outubro passado, pelo confrade ministro Carlos Veloso, no auditório da entidade, quando a noite descia sobre Belo Horizonte. Um momento de tristeza e saudade tomou conta do Palácio Borges da Costa, sede da AML. Recordei a última cerimônia a que juntos comparecemos nas belas instalações da Polícia Militar, no Prado, para homenagear Guimarães Rosa, ex-integrante da gloriosa corporação. Um episódio para não mais se olvidar. 

A existência e a obra do escritor que se despede de vez de nosso meio e da condição humana renascem depois, com a eleição do sucessor, a que não devem faltar condições e a grandeza para ocupar a vaga aberta. Na cadeira 02, no caso em questão, o escolhido, empossado em 7 de novembro, foi João Batista Melo, eleito na sucessão de Benito Barreto, saudado aquele pelo acadêmico Luís Ângelo da Silva Giffoni. 

Em sua fala de posse, anunciada pelo presidente Jacyntho Lins Brandão, fez questão de enfatizar seu papel de preservação e  disseminação da memória e da produção literária de Minas Gerais, em várias gerações. Ressaltou que, cada vez mais, a entidade se firma como agente contemporâneo da inserção cultural, em sintonia com os processos de transformação e evolução da sociedade, como patente nas gestões do atual presidente, do presidente emérito Rogério Faria Tavares e do saudoso acadêmico Olavo Romano. 

Ressaltou que, “ao se apresentar à candidatura, vislumbrara possibilidade   de levar para a Academia sua contribuição da experiência híbrida entre os livros e o cinema, indiscutivelmente uma das artes de maior apelo junto aos mais diversos segmentos da sociedade atual”. Declarou, ainda, na própria Academia, que “acompanhará as mudanças históricas, e os processos sociais que o levaram a disputar a honrosa cadeira, antes ocupada por ilustres mineiros”. 

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