Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Esses mineiros!

Publicado em 06/08/2024 às 06:00.

Agora também vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado, 3º, o desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, assumira vaga no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais como sócio efetivo, na cadeira número 69, cujo patrono é o historiador Capistrano Abreu, em 24 de fevereiro passado, na vaga da saudosa engenheira Ismaílda de Moura Nunes. Acontece que, o fundador e primeiro-presidente do IHGMG foi João Pinheiro, sobre o qual esta coluna publicara considerações dias antes. 

Curiosidade: João Pinheiro, uma das maiores lideranças republicanas em seu tempo, teve berço em Serro, onde nasceu Ismaílda, um dos vultos mais aplaudidos da terra mineira neste século e no ano passado, pela cultura, amor às tradições mais caras da gente mineira e dedicação às causas que defendia.

O magistrado, que é de São João del-Rei, antes de ler sua esplêndida peça oratória no Instituto Histórico, leu um texto que redigira: “Discursas ao lado da foto do fundador e patrono João Pinheiro (então presidente- ou governador, hoje), lembra a patriarca da família Pinheiro: “Não foi presidente da República porque faleceu jovem. Precursor de Juscelino Kubitschek, governador e presidente. João Pinheiro era do Serro, JK da vizinha Diamantina. JK, presidente, atribuiu a Israel Pinheiro, filho de João, conduzir a construção de Brasília.

Dizia Fernando Sabino, mineiro não fica doido. Piora...

Na tônica de meu discurso, juiz faz História.  Reconstitui fatos do passado (documentos, testemunhas etc.) para julgar. Jornalista também. Juiz, jornalista e historiador têm de ser imparciais. Ter compromisso com a verdade. Sem liberdade de expressão, não existe Justiça, não existe jornalismo, não existe História. Tristes tempos. 

No Brasil e mundo afora. Censura. Woke. Cancelamento. Ingressei no IHGMG para ajudar a preservar a memória e a verdade”.

E o magistrado resolve o passado: “João Pinheiro foi precursor de Juscelino no governo de Minas e na chefia da nação. Se não tivesse falecido prematuramente, talvez João Pinheiro também se elegesse presidente da República. O filho, Israel, destacado engenheiro, foi indicado para presidir a Novacap, renunciando o segundo mandato de deputado federal, para enfrentar o desafio da construção de Brasília. Depois elegeu-se governador de Minas”.

O professor Mário Casassanta foi evocado: “o culto da justiça, a tolerância, a hospitalidade, a solidariedade, a devoção pelas atividades espirituais, como a religião, as letras e as artes acenderam, entre as nossas montanhas, um nobre lar de cultura e de humanidade”. 

Dá para se sentir e entender.

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