Época de Chávez. Em julho de 2000, elegeu-se presidente da República com mandato até 2006. Em março de 2002, como lembra Carlos Taquari, houve uma tentativa de depô-lo por um grupo de militares e empresariado. Falhou. Dois dias depois, retornou ao Palácio.
De volta, o presidente investiu contra o Judiciário e tentou silenciar a imprensa. Aquele poder passou ao controle do Executivo por decreto. Em 2013, conseguiu novo mandato, para chefia do governo. Em 27 de maio de 2007, ele fechou a TV de maior audiência, com 53 anos de existência. Deixaram de operar 34 rádios. Criaram-se novas emissoras sob controle oficial e subsidiadas com verbas públicas.
Em 2008, pesquisas previram o fracasso no pleito seguinte; 272 candidatos da oposição foram impedidos de participar da eleição. O presidente confirmou que desmontaria “progressivamente o conceito de propriedade particular, garantindo a socialização dos meios de produção”. Bonito de dizer, horrível nas práticas.
Em 2022, completam-se 30 anos da aventura de golpe no país. O espectro da ditadura militar, contudo, escapou dos quarteis, na figura de Hugo Chávez, que liderara uma tentativa de golpe, coordenada por oficiais que julgavam chegada a hora de livrar a nação de um governo que não satisfazia às demandas da população. Chávez foi um dos golpistas presos. Sete meses após, novamente entraram e fracassaram.
Segundo Taquari, na ofensiva contra o setor privado, o governo estatizou as telecomunicações, as cimenteiras e prestadoras de serviços ao setor petrolífero. E mais: “o Estado venezuelano que, em 2009, já dominava um terço da atividade econômica, assumiu o controle das siderúrgicas, da petroquímica e até de empresas médias do setor alimentício”.
Tudo tem de ser planejado, estudado, projetado, sobretudo por quem entende do riscado. Não se pode ir entregando o que se possui a aventureiros, pois eles existem em todos os lugares e tempos. A administração se viu obrigada a admitir a escassez de eletricidade e de água. Veio a recomendação: que os cidadãos limitassem a duração dos banhos a três minutos, não usassem ar-condicionado, não ligassem a luz à noite para ir ao banheiro, usando uma lanterna para não acender a lâmpada.
O presidente Hugo Chávez, ex-militar, era supostamente sábio do totalitarismo para uso pessoal... e dos prosélitos. Atacado por câncer tentou tratar-se em Cuba. Não deu certo e faleceu. Seu sucessor, Maduro, é o que lá está, pagando muito bem os colaboradores próximos. Mas na Venezuela, com uma das maiores reservas de petróleo, do planeta, o povo passa fome e foge para o Brasil. Logo para cá?