Há uma intensa expectativa em torno da COP30 em Belém no mês de novembro vindouro. Tudo que envolve o Brasil se tornou razão para tensão, sobretudo depois que o sr. Trump assumiu a Presidência dos EUA e decidiu opinar sobre os acontecimentos de agora, influenciando negativamente com o tarifaço. E o inquilino da Casa Branca resolveu também dar palpite sobre questões políticas cá de baixo.
No que tange à Conferência sobre o clima, há de se lamentar que os preços da hospedagem dos participantes subiram mais do que balão em festas de junho. Enfim, a COP é apenas uma e Belém decidiu tirar vantagem que ameaça afugentar possíveis integrantes da relevante reunião.
Mas me chamou especialmente a atenção o fato denunciado por Guilherme Amado. Suponho que ele não impedirá a visita a Belém, uma cidade fagueira em que chove diariamente em torno das 17 horas. O jornalista houve por bem advertir sobre a situação bélica (quase posso dizer), imperante no grande território.
Confiram comigo: “O Pará é líder de conflitos agrários do país. São paraenses sete dos dez municípios com os maiores índices de violência no campo no Brasil, de acordo com o Atlas dos Conflitos no Campo Brasileiro, com dados entre 1985 e 2023, lançado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Além do número elevado de assassinatos, o estudo aponta que o Pará teve, entre 1985 e 2023, 420 tentativas de homicídio e 1.597 ameaças de morte. Também foi o Estado com mais massacres, ou seja, assassinatos de três ou mais pessoas de uma só vez: 26 casos, com 125 vítimas no total.
O atlas contabilizou ao todo 50.950 conflitos agrários no Brasil no intervalo de tempo estudado – maior parte deles (80%) envolveu controle da terra.
Segundo o documento, a maioria dos conflitos no campo ocorreu na Amazônia Legal, o que inclui o Pará, com 21.608 registros (44,2% do total).
O crescimento foi constante: em 1985, foram 193 ocorrências; em 2003, 1.032, o maior número já registrado. A letalidade da região também é expressiva: de cada três mortes, duas ocorreram na região amazônica”.