Não é guerra

A notícia foi sobejamente divulgada e comentada pela mídia e havia razão. A Federação Mineira de Futebol acatou a recomendação do Ministério Público de Minas e proibiu a entrada da Galoucura, torcida organizada do Clube Atlético Mineiro, nos estadios de todo país por 180 dias.

A punição foi resultado da briga entre torcedores no dia primeiro, no Mineirão, no jogo entre Brasil e Paraguai. Motivo alegado? “A rivalidade entre torcidas do Atlético e do Cruzeiro, uma vez que alguns torcedores envolvidos usavam camisas alusivas aos clubes”.

Segundo se leu pela descrição nas folhas e se pôde assistir pela televisão, o grupo trocou socos e arremessou cadeiras, como armas de guerra. Ao todo, 21 pessoas, da notória Galoucura, foram detidas e algumas indiciadas por tentativa de homicídio.

É a expressão: tentativa de homicídio, sim. Um torcedor ficou gravemente ferido, com traumatismo craniano.

Fico pensando na repercussão que deve ter causado na terra de Solano López. Que estarão falando do civilizado povo brasileiro nas ruas de Assunção, assim como das pequenas cidades. Logo o Brasil, que - além de maior país do hemisfério - ainda se julga no dever de dar lições aos vizinhos do Oeste, vencido na mais longa guerra deste pedaço de território.

Não é só isso, futebol é esporte deve servir como meio de aproximação entre as pessoas e segmentos da sociedade. Tem de ser instrumento de pacificação e congraçamento, não de ferramenta para acirrar ânimos e implementar desavenças.

Mas há aqueles que se valem da oportunidade para liberar tendências e frustrações através da força bruta e da explosão de instintos. Não é por aí o  procedimento humano e social.

Os malfeitores precisam ser identificados e punidos, em todas as manifestações de animalidade e de incontenção.

Se se permitir que se aja como se agiu, o mal só tende a expandir-se. Tanto que, no jogo do Palmeiras, em São Paulo, muita escaramuça e uma vítima fatal.