Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Nosso Judiciário conta sua história

02/09/2016 às 19:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:40

O número 17 foi dedicado predominantemente a São Lourenço, a bela e dinâmica cidade que abriga a estância hidromineral de que o Brasil tanto se orgulha. Refiro-me à Revista “Memória Cult”, e que, mais uma vez, revela a beleza privilegiada de Minas Gerais, a velha província que tanto merece o respeito da nação, ponto de equilíbrio nas horas de graves decisões. 

A edição seguinte, a 18, não é menor em importância, revelando as razões que levam a revista de Eugênio Ferraz a posição de relevo e prestígio na Imprensa mineira, no campo intelectual e artístico. Com denodo, o diretor-executivo e editor-geral, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do IHGMG, mantém um inflexível devotamento à preservação de valores de nossa história, de nossa arte, de nossa cultura.

A leitura de Cult é um passeio agradável e esclarecedor. Fica-se sabendo sobre o Sistema de Museus de Ouro Preto, no texto de Gilson Antônio Nunes, das atividades do grupo Nevestones, do Instituto Amilcar Martins (sobre o qual me referi aqui mais de uma vez), sobre Lagoa Santa – na evocação da professora Vera Alice, sobre Salinas – da cachaça famosa e de sua Academia de Letras, da posse e projetos da nova presidente da Academia Mineira de Letras – prof.ª Elizabeth Rennó, da escultura de Ofélia Torres, e, ainda, do ensaio de Ivanise Junqueira sob o título “Luz no Ambiente”, uma pausa para meditação em meio às tribulações e descaminhos da política brasileira, um hino de esperança, num tempo em que inúmeros já a perderam.

Nessa linha de raciocínio, destaco a missão a que se dedica um grupo de pessoas na área de ressocialização do apenado, tida como responsabilidade de tidos, mas despertando a atenção grandemente pelo que se publica sobre a falta de vagas nas cadeias e presídios. 

Três ilustres magistrados comparecem à publicação de Cult em julho de 2016: o desembargador J. Afrânio Vilela, que alerta sobre a necessidade de preservação do meio ambiente e os deveres das organizações que produzem e geram riquezas. Adverte que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados diariamente e que 70% de toda a água disponível no país é usada em irrigação, enquanto milhões de crianças de até cinco anos morrem por desnutrição.

O coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, Marcos Paulo de Souza Miranda, pertinazmente se mantém no objetivo de preservação dessa nossa riqueza, em que já se conseguiram êxito notáveis, mas cuja preservação e resgate não podem perder força. Minas Gerais não abrirá mão de uma riqueza, em que, sob muitos aspectos, é única e inexcedível.

Seria omissão imperdoável porém, se deixássemos de registrar o lançamento de “Comarcas de Minas”, pela “Memória do Judiciário Mineiro”, graças a inexaurível disposição do desembargador Lúcio Urbano da Silva Martins, superintendente da “Memória”, com a colaboração de Rosane Vianna Soares. Por todos os títulos, é empreendimento da maior envergadura para o Judiciário Mineiro, que assim tem escrita a sua história. Nela, encontram guarida as 296 Comarcas de Minas, contando-se sua origem, desmembramentos, datas e relação dos juízes que nelas exerceram seu ofício, de 1711 a 2014.

Uma obra valiosíssima, como se vê, editada pela Imprensa Oficial do Estado. 

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