Não sei se foi rigorosamente de uma hora para outra, mas a nova capital de Minas Gerais, isto é, Belo Horizonte, inaugurada com pompa e circunstância, em 12 de dezembro de 1897, percebeu-se desinteressada em progredir e dar consciência de progresso e de revelar pujança e beleza. Havia necessidade de mostrar o que de bom herdara e merecia ser conhecido. Verdadeiramente, temos tesouros escondidos que precisam ser sentidos e principalmente seguidos com novos empreendimentos.
Duas mineiras – Celia Cunha Mello, procuradora do Estado e mestre em Direito Administrativo pela UFMG e autora de livro sobre administração, e Ana Cunha Mello Martins, estudante de Arquitetura e Urbanismo, também da Universidade Federal, publicaram em diário belo-horizontino extenso e bem aprofundado artigo em que expõem oportunas e compreensíveis ideias sobre BH, metrópole que precisa revitalizar seu centro.
Afirmaram as articulistas: “A experiência recente do Rio de Janeiro na revitalização da Zona Portuária ilustra com clareza o potencial transformador de políticas públicas urbanas bem conduzidas. Até poucos anos atrás, a região era marcada por abandono, insegurança e subutilização. Com a implementação do projeto Porto Maravilha, ancorado na criação do Museu do Amanhã – um marco de arquitetura, sustentabilidade e inovação cultural –, a cidade ressignificou sua relação com a área central e marítima. O museu, além de atrair milhões de visitantes, estimulou a reocupação urbana, o surgimento de novos empreendimentos e a valorização do entorno”.
À guisa de exemplo, lembro um caso: o do Mercado Novo, tão criticado à época do prefeito Amintas de Barros, instalado na antiga oficina do DBO - Departamento de Bondes e Ônibus. Hoje, o espaço é visto como expressão de cultura e da gastronomia mineira. Amintas, que veio de Divino do Carangola, estaria feliz com esse julgamento. Que outros empreendimentos bem sucedidos surjam para os que habitam a velha Cidade de Minas!