Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

O bem público

Publicado em 09/01/2024 às 06:00.

Não vive a nação os seus melhores momentos. Ainda repercutem nos cérebros e nos corações os sentimentos que resultaram dos lastimáveis acontecimentos de 8 de janeiro de 2023. No primeiro mês, deste novo ano, são lembrados os atos do janeiro passado, quando se quis e se pretendeu incendiar o ambiente político no país que ainda busca o ambiente propício ao pleno desenvolvimento a que está destinado superiormente. 

Não venceram as aves de mau agouro, mas persistiram as imagens de destruição que invadiram as sedes dos três poderes da República. A desmedida polarização não se prolongou pelas mãos e artifícios dos que  não souberam pensar no futuro do Brasil e dos que nele habitam e as futuras gerações. Estas guardarão na memória um espetáculo deprimente que em nada representaram ou representariam em favor do bem nacional. Mas, de todo modo, predominou o bom-senso, o patriotismo, que precisam ser ressaltados e reconhecidos, agora que o mau tempo é pretérito.

Em 1973, também num janeiro, precisamente no dia 31, faleceu aqui o historiador João Camilo de Oliveira Torres, debruçado sobre os processos e os problemas da autarquia INPS, cuja sorte ligou à sua própria vida.  Atleta do bem comum, como o classificou o professor de Direito Antônio Augusto de Melo Cançado, membro da Academia Mineira de Letras e ex-secretário de Estado, João Camillo era autêntico “republico”, condição desconhecida ou olvidada pelos planejadores e autores do atentado de 8 de janeiro.

Os bens invadidos e criminosamente danificados eram bens do povo, isto é, “Res Pública”, pertenciam à comunidade nacional que nos abriga, eram de todos e de cada um.

Mello Cançado, mestre-confrade, recorda: “Ora, se o Governo o assume de forma monárquica ou republicana- constitui uma coisa do Povo, pelo que se compreende muito bem porque Dom Pedro II podia ser obstinado republico sem jamais ter adido republicano”. 

E que dizer ou pensar dos que decidiram e agiam contra os núcleos maiores das decisões da pátria nas casas dos três Poderes? Pelo menos, que os fatos rendam algum ensinamento útil, é o mínimo que se haverá de rogar a Deus, mas há aqueles que n’Ele não confiam.  De todo modo, divido a ideia de que “há renovadas esperanças de que avançamos para a ideia de valores normalmente ascendentes. Deixaria nosso planeta de ser de expiações para ingressar no patamar da negociação, com a prevalência da luz sobre as Trevas, do bem sobre o mal”, como se expressou dias atrás, o jornalista Paulo Narciso, com sua convicção segura e serena.

Não nos inclinemos aos baderneiros e seus tributários. O Brasil merece fé, para alcançar um futuro venturoso.

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