Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

O caso de Varginha

05/11/2021 às 21:16.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:12

A operação da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal em Varginha, no final da semana que antecedeu ao Finados, repercutiu mais entre a população do país que a tão divulgada reunião dos líderes das vinte nações mais ricas do mundo na Escócia em torno do clima. Em primeiro lugar, porque os acontecimentos no Sul de Minas tocam diretamente mais a gente do Brasil, embora a conferência de Glasgow diga intimamente ao futuro da humanidade e ao planeta.

Nem por isso, uma deva ser levada em conta pelas autoridades mais do que a outra. No caso sul-mineiro, pareceu algo estranho ou raro que nos embate tivessem sido mortos 26 suspeitos de um crime que, felizmente, não se consumou, enquanto entre os integrantes das duas polícias não se registrasse sequer um óbito.

Não se deve desconfiar de ninguém, nem de que tivesse havido uma emboscada contra os que promoveriam um grande assalto a instituição bancária. Do mesmo jeito e maneira se organizara os grupos armados para invadir a progressista comunidade mineira horas depois. Tudo, pelo quase depreende das informações até agora conhecidas, se articulara cuidadosamente para o êxito da ação criminosa. O resto viria no desenrolar dos fatos.

Aconteceu o que os aventureiros não esperavam, embora sua experiência bem sucedida em anteriores ataques. Não imaginavam que as duas organizações militares, uma estadual e a outra federal, já se tinham antecipado e tomado, em tempo hábil, as medidas cabíveis.

Os defensores de “direitos humanos” e suas entidades representativas, e não somente elas, se puseram em expectativa. Não houvera uma atitude perversa contra o grupo que se instalara em sítios nas proximidades da cidade? Cabe agora elucidar, sem querer por antecipação culpar as duas polícias. Seria o caso de se perguntar se não teria sido mais consentâneo aguardar em tranquilo leito que bandidos entrassem em ação, efetivando planos criminosos e pondo em risco a integridade de pessoas inocentes?

Não é o caso, nem hora de se prejulgar, mas simplesmente de lançar luzes sobre os fatos e, com isenção, esclarecer como necessário, mesmo indispensável. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG – Rômulo Ferraz, declarou: “Tenho toda confiança no trabalho da Polícia Judiciária, que tem isenção e capacidade técnica para levar a cabo e apurar esse evento”. E há o Ministério Público.

Em verdade, precisamos acabar de vez com isso que se decidiu batizar com o título de “novo cangaço”, assim como se terminou com o capítulo histórico dos que agiam no interior brasileiro em século anterior.

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