Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

O MST em campo

Publicado em 01/03/2023 às 06:00.

Não se completou um trimestre para começar a crítica de determinados grupos até recentemente favoráveis ao novo quatriênio governamental. É o que se deduz das notícias veiculadas. O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, o muito conhecido MST, e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, CONTAG, põem as manguinhas de fora.

As duas entidades, que tiveram franca atuação contra governos anteriores, demonstram desagrado pela falta de prioridade à questão agrária neste principio de gestão de Luís Inácio. Quem quiser saber mais deve recorrer a imprensa nestes tempos do novo mandato do presidente.

Em manifestação de contrariedade, está agendada para abril a instalação de acampamentos em locais simbólicos e realização de marchas em regiões estratégicas, para cujo êxito as necessárias medidas ao êxito das marchas que estão em pleno desenvolvimento.

Apesar disso, existe uma perspectiva mais promissora: que o governo apresente até lá um plano emergencial para o problema. Caso isso não aconteça, os promotores da iniciativa deverão retomar as ações de ocupação de áreas já selecionadas.

É algo que dá o que pensar e temer, consideradas as experiências anteriores. Os movimentos até recentemente eram dois. Agora, há ainda a Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – o Contraf-CUT e o Via Campesina, já com antipatia ou censura à dedicação que o atual governo tem revelado à causa indígena.

Estas provas de preferência pela causa dos índios se mostram claramente nas mudanças expressivas nas estruturas governamentais e grande divulgação. Para os baluartes dos movimentos referidos, o novo governo pode fazer muito mais pelas demandas do campo, que também não são de hoje, não se justificando os sintomas de contestação.

O Brasil conhece sobremaneira a maneira de atuar do MST e dos demais organizadores da iniciativa programada. Eles tardam, mas não faltam. Os gestores oficiais terão de dizer alguma coisa, logo. Os demandantes  não apreciam longas esperas.

E os acampamentos poderão voltar, causando evidentemente temor entre os proprietários de terras do país, mesmo que uma nesga na imensidão territorial. A sociedade certamente irá posicionar-se diante das evidências, de modo a evitar consequências mais do que desagradáveis – porque nocivas à nação sempre em busca de reencontrar-se. Pelo visto e sabido, está –ou é- complexa e difícil, a hora. Um desafio.

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