Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

O pleito municipal

Publicado em 25/09/2024 às 06:00.

No turbilhão de opiniões e frases de efeito que se ouvem neste ciclo eleitoral, em que também se manifestam candidatos dos partidos sobre as dificuldades e problemas que avassalam o país de ponta a ponta, movidos por interesses inúmeros e nem sempre confessáveis, é grato saber que nem tudo está irremediavelmente perdido, ao sentir o calor e a sinceridade de brasileiros alçados a posições relevantes. 

É o que se pode avaliar das palavras da ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TRE), que tem a grave responsabilidade de comandar o pleito do mês que vem. Em palestra na Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC), ela teceu considerações valiosas sobre a hora que vivemos, quando atormentados pela inclemência do clima e pela insanidade de alguns homens por aqui nascidos e realizados. 

Após analisar a situação da mulher, pobre e desamparada dos poderes públicos, durante decênios, ela lembra a proibição de estudar dessa parte da população, situação não completamente superada ou equacionada. 

Observou: “as tecnologias propiciaram outra forma de algemar as liberdades, induzindo pessoas a pensar o que não pensaram por conta própria, através de mentiras e desinformações. Às vezes, sinto que estamos saindo da Idade Média para a Idade Mídia, com pouca liberdade sendo oferecida”. Para a ministra, este é o “desafio de nosso tempo”, gravíssimo.

Evocou o ministro Sepúlveda Pertence ao julgar que as “eleições gerais são um passado, porque o problema são as municipais”. E explicou porque:  “Não se brigava, não se matava, não tinha inimizade por causa de um presidente da República, de um candidato; mas é comum na história brasileira, infelizmente, que haja muita agressão e até violência, como nós estamos vendo atualmente, por causa do vizinho, que é seu compadre, candidato a vereador, e agora estão falando mal dele”. 

Pelo que se tem, visto e conferido, para isso estão aí as rádios e televisões, assim as acusações e diatribes não se resumem as palavras. Tem-se visto de norte a sul, nos lugarejos e capitais. 

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