Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Onde Colombo descansa

Publicado em 19/04/2022 às 06:00.

Somente na Semana Santa dos cristãos de 2022, mês de abril, 530 anos após o descobrimento das Américas, soube que se localizara o primeiro túmulo de Cristóvão Colombo. Assim como o genovês com suas embarcações, procurando terras desconhecidas, muito se obrou portanto para definir onde estavam os seus restos mortais.

Os arqueólogos conseguiram localizar o primeiro túmulo em Valladolid, na Espanha, onde o corpo repousou três anos, antes de partir para Sevilla, Santo Domingo, Cuba e, finalmente, retornar a Sevilla, na região central da Espanha.

Na República Dominicana, não me preocupara em investigar sobre o corpo. A pequena nação tinha outras atrações e interesses. Inclusive, é bom que se saiba, pois lá se fundou a primeira universidade das Américas. De modo que haveria outros motivos para os turistas, mais movidos recentemente por visitar Punta Caña.

Vargas Llosa, prêmio Nobel em 2010, também se empolgou com a capital dominicana. Seu personagem, Urania, de “A festa do bode”, redescobriu Ciudad Trujillo, hoje chamada de Santo Domingo de Gusmán. Encanta-se com o mar, o calçadão, e, virando a cabeça, a imensidão de tetos, torres, cúpulas, campanários e as copas das árvores.

A cidade cresceu, encheu-se de bairros, avenidas, parques e hotéis, excelente hotéis. A gente até se esquece de que ali mandou um presidente como Leonidas Trujillo, à frente das destinos da parte da ilha que abriga a República até 1960, quando foi assassinado.

Como todas as nações centro-americanas, a da República Dominicana foi estigmatizada por desafios, pelas penúrias do povo inclusive quanto à alimentação. Mas ela é apenas um país, que ocupa a maior parte da ilha Hispaniola; a outra parte menor, é da sofrida Haiti, a mais sofrida do mundo, inclusive pela ocorrência de terremotos. As Forças Armadas do Brasil já estiveram lá compondo contingente da ONU.

O tema é fascinante e amplo, exigindo espaço e tempo para os que escrevem e os que leem. Em todo caso tão importante que atrairiam, ou deveriam atrair, os que nasceram e vivem nesta parte do mundo. Os mistérios em torno da sepultura do descobridor, seguem agitando os círculos acadêmicos. O navegador terminou seus dias em Valladolid, mas o corpo foi transportado para Sevilla, depois Santo Domingo em 1544, segundo sua vontade. Em seguida Cuba e, finalmente, repatriado para Sevilla, repousando em sua Catedral, palavra final.

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