Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Papel da educação

18/05/2021 às 20:01.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:58

O orçamento do país não anda de bem com o seu futuro e dos brasileiros. O ex-ministro Patrus Ananias, recentemente, publicou artigo sobre o tema, focalizando a importância da educação, em que afirma: “Buscamos uma educação que considere a pessoa humana na sua integridade individual e societária. Importa lembrar que temos como ponto de partida da nossa caminhada existencial e das nossas relações com nossos corpos. O aprendizado intelectual pressupõe uma adequação às demandas corporais, além das dimensões psíquica, emocional e comunitária. Assim, considero a primeira fase da educação, a educação infantil”. Em resumo, não basta receber o diploma de curso superior.

Mas o mar não está para peixe. Nos dois anos do atual governo nacional, os investimentos do MEC foram os menores desde 2015. A situação tem impacto nas instituições de ensino superior e técnicas federais, mas não somente nelas.

Jornal, em recente edição, opinou: A confusão de aprovação do Orçamento de 2021 custou ao Ministério da Educação o segundo maior corte de recursos da União. Dos vetos, 775 milhões eram recursos destinados à educação básica.

A instituição fiscal independente do Senado esclarece, ademais recursos que são apenas R$ 9 bilhões para as despesas discricionárias, isto é, aqueles com liberdade para aplicação e execução. Cinco anos antes, esse volume chegava a R$ 23,2 bilhões. Para se avaliar o nosso engano, ou dos economistas, como advertiu Cristovam Buarque, deveríamos olhar para a Coreia do Sul, Irlanda ou Finlândia para constatar que o vetor do progresso na educação.

“Nossos economistas ignoram esse papel dinamizador da educação. Continuaram tratando a educação de base como um problema social, e não como parte da infraestrutura necessária ao progresso. O resultado é que o aumento na produção ocorreu pelo crescimento da população, não por  aumento na produtividade. A renda continuou concentrada porque os economistas não perceberam que a distribuição decorre do acesso de todos à educação. A persistência da pobreza, depois de quase um século de crescimento econômico, além de imoral, é também estúpida, porque barra o aumento da riqueza social no longo prazo. Erradicar a pobreza deveria ter sido propósito técnico da economia, não apenas compromisso ético de alguns políticos”.

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