Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Pós Semana Santa

05/04/2021 às 21:07.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:36

Em 2021, o transcurso da Semana Santa, a que os cristãos devotam especial carinho e respeito, se deu no ápice da pandemia que deixou o espantoso saldo superior a 330.000 mortes no Brasil, pelas quais choram pessoas de todas as religiões.

Foi a semana mortal no Brasil, pela sexta vez consecutiva e a previsão do futuro é ainda insegura e frágil. De certo, realmente, somente, que a Semana Santa passou, mas o terrível flagelo desta segunda década de dor continua.

Nestes dias, os cristãos se dedicaram às preces e às meditações, embora segmentos sociais ou grupos se voltassem para a prática de atos contrários ao espírito de solidariedade que deveria predominar entre os homens, sobretudo diante da adversidade.

Evocamos então, Jesus, que não procurou a morte em Jerusalém, mas perseguiu com devoção inflexível um caminho que o levou ao sacrifício, de que não tentou escapar. Como sustentou o rabino Gamaliel ben Gamaliel, lá pelos anos 40 depois de Cristo, ele não tinha ambições políticas, jamais projetara um levante popular, “quer na esperança de que sua morte provocasse uma”.

Gamaliel lembra fatos e pessoas, inclusive que Jesus – ou Joshua – alimentou uma multidão, tal como Elias o fizera, e que operava para um homem ressurgir dos mortos. Ainda que caminhou sobre a água, o que nenhum profeta fizera antes. “Outros dizem que sua linhagem remontava a Abraão, mas sustentam que ele não foi gerado de pai humano”.

Gamaliel ben Gamaliel acrescenta: “Seja como for, esse Joshua era inofensivo. Mas, apesar de tudo, uma pessoa que chamava a atenção, e era mesmo estranha, sobre quem se sabia muito pouco. A discussão sobre se o homem Joshua foi ou não profeta é, por fim, estéril”.

Joshua disse: “Fazei ao próximo aquilo que desejais que vos façam”. Foi honrado e se tem de dizer que ele se situou na forte linhagem dos profetas e “o desprezo era sua única atitude em relação as pessoas que fazem exibições públicas de vaidade”. Ensinava que “quem olha o irmão com raiva no coração, já o matou”.

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