Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Quando Jesus nasceu

Publicado em 21/12/2022 às 06:00.

Quem desejar conhecer mais a Bíblia sem se arvorar a dizer-se especialista, poderá seguir o meu exemplo: recorrer a “O livro de curiosidades da Bíblia”, de Pedro Rogério Moreira, ex-correspondente da Globo na Amazônia, embora uma coisa nada tenha a ver com a outra. O escritor, filho do ex-presidente da Academia Mineira de Letras, Vivaldi Moreira, e que lá o substituiu, esclarece sobremaneira quando se tem necessidade.

Como estamos na semana natalina, resolvi consultar Pedro Rogério sobre o aniversário de Jesus. Ele respondeu incontinenti: Os evangelistas não informaram o dia, nem o ano, do nascimento do mestre. As pesquisas documentais e astronômicas mais atuais, algumas baseadas em referências históricas encontráveis nos Evangelhos, mesmo as meteorológicas e cômicas (como a aparição do cometa tido como a Estrela de Belém), informam que Jesus deve ter nascido no fim do ano de 748 de Roma, correspondente ao ano 6 da Era Cristã. Já é algo de precioso chegar-se à conclusão.

Mas o escritor se julgou no dever de também perguntar: Por que a diferença entre o antigo calendário romano e o calendário cristão? Ele explica: Culpa cabe a um monge, chamado Dionísio, o Exíguo, a quem a Igreja solicitou que ficasse a data de nascimento de Jesus. E, segundo a “Vida de Cristo”, de Ricciotti, o Exíguo errou no cálculo astronômico, fixando-o no ano 753, e o mundo moderno aceitou e perpetuou o erro.

Outro pormenor que se aprende: Os chamados reis que foram adorar o Menino Jesus em Belém não eram soberanos, mas magos - segundo o único evangelista a mencioná-los, em Mateus 2.1. A interpretação dos estudiosos indica que eram astrônomos persas procedentes do Oriente, ou seja, sacerdotes do zoroastrismo.

Mais um pormenor: o evangelista não diz que eram três, nem os seus nomes não são citados. O Belchior, Baltazar e Gaspar foram dados pelo folclore dos primeiros séculos da cristandade, e os nomes “pegaram” e usados até este século XXI.

Para finalizar: o profeta Isaías foi quem denominou o Cristo, na sua antevisão do nascimento do Menino Jesus: “Nasceu para nós um menino; o nome que lhe foi dado é Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz”.

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