Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Respeito é bom

Publicado em 26/07/2025 às 06:00.

Por falta de suficiente educação e de respeito aos bens de suas comunidades, o brasileiro não zela pelo patrimônio público, inclusive pelos monumentos de gratidão às gerações passadas. Assim, verdadeiras relíquias são desprezadas ou menosprezadas em nossas cidades.

Assim acontece com o Cristo Redentor, no bairro Milionários em Belo Horizonte, ou com a estátua do escritor mineiro Bernardo Guimarães, autor do celebrado romance “A escrava Isaura”, em Conselheiro Lafaiete, em torno das quais se atiram lixo de múltipla natureza, plásticos, garrafas, latas e muitos eteceteras mais.

Desta maneira, o que deveria ser motivo de gáudio e orgulho para os munícipes se transforma em razão de vergonha. Uma tristeza enfim.

Bem a propósito, aliás, o minucioso artigo de Dom Walmor Oliveira de Figueiredo, dias atrás. É um prazer repetir o redigido pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte. Uma lição: “Os monumentos, no contexto de uma sociedade, trazem uma evocação que ultrapassa a singularidade da engenharia e da arquitetura, contribuindo para edificar a memória que é alicerce da cultura – determinante nas escolhas, definições e atitudes. Assim, os monumentos ocupam lugar nobre na configuração social, interagindo com mecanismos organizacionais, políticos e econômicos que devem sempre estar alinhados ao compromisso inegociável de se promover justiça e paz”.

E acrescenta, com muita propriedade, o alto dignitário: “A importância dos monumentos - edifícios, templos, arquiteturas de praças e ruas – é incontestável, recebendo tratamento destacado em sociedades mais avançadas em todo o mundo. As identidades de povos, nações, os valores que não podem ser descartados pois, sustentam o encanto pela cultura se inscrevem e são promovidos pelos monumentos, que têm força de atração:  constituem referência turística, educativa e experiencial, contribuindo para fazer girar a máquina da economia.

Merecem especial destaque os monumentos que impulsionam o turismo religioso, com propósitos espirituais prioritários, também com força para promover o desenvolvimento econômico com sustentabilidade e dignidade humana, gerando postos de trabalho. Os monumentos são ‘livros’ de história, detalhando a vida sociopolítica, religiosa e cultural de um povo. Produzem sentidos que sustentam a vida, promovem a paz, tendo, pois, determinante incidência no dia a dia de uma cidade ou nação”.

Precisamos aprender lição tão preciosa. Afinal ela não custa nada em dinheiro vivo. Educação ainda falta muito em nosso meio.

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