Esperava-se que, no feriadão da Independência, a nação pudesse gozar de um pouco de paz nos altos escalões políticos e da administração pública, em âmbito federal, estadual e municipal. Em verdade, o cidadão deste país, supostamente abençoado por Deus, vive fundamente impressionado pela onda de acusações que as autoridades se trocam, propagadas pelos veículos de comunicação.
Quem tem tempo para atentar sobre o que acontece fartamente em torno da administração pública se escandaliza com o que se divulga. E, claro, os meios de comunicação não são os culpados.
Com as eleições presidenciais, atribui-se aos jornais, rádios, e TVs a denominada “polarização”. Interesses múltiplos em debate na disputa por cargos. No dia 6 de setembro, porém, entrou em cena mais um protagonista, embora hja muito assentado no cenário da mais alta corte de Justiça no país.
O Ministro Dias Tofolli anulou provas do acordo de leniência formado pela empreiteira Odebrecht com a Lava-jato, de Curitiba, atendendo a pedido da defesa de atual presidente da República.
A coisa, isto é, o processo é de 2000, e atinge um de seus maiores poderes explosivos 23 anos após.
Na sua decisão, o ministro Toffoli classifica a prisão de Lula como “um dos maiores erros políticos da história do país”, embora todo o mundo considerasse a Lava-Jato a maior operação contra a corrupção jamais empreendida na banda de cá do ocidente.
Evidentemente, o ex-juiz e atual senador Moro, ergueu-se, veemente para contestar. Não poderia agir de outro modo e maneira, afirmando que houve, de fato, corrupção nos governos do Partido dos Trabalhadores com confissões e recuperação de 6 bilhões. “Em uma rede social, o senador e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, defendeu a operação e disse que as ações da força-tarefa da Lava Jato seguiram a lei. "A corrupção nos Governos do PT foi real”. “Esse foi o trabalho da Lava Jato, dentro da lei”. (...)
Deste modo, o Judiciário, mais uma vez, se mete num caso problemático, obviamente compelido, trazendo à discussão uma questão que irá incontestavelmente produzir ebulição.
Os brasileiros não têm sossego, e o peso da cidadania se poderá sentir novamente, com mais pena de Norte a Sul.
Em todo caso, se é justiça, que se cumpra, embora sem se desviar dos casos de mais de 40 mil pessoas que perderam a vida entre 2012 e 2022, em decorrência de ações desmedidas das polícias militares e civil. Há muito a merecer reparo entre nós.
“Se eu abrir a boca, metade da República cairá”, disse Paulo Roberto Costa, ex-diretor comercial da Petrobrás.