Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Tudo agora urge

09/03/2021 às 19:09.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:22

Adjetivos e substantivos mais fortes comparecem aos veículos de comunicação, diante das dificuldades reinantes e da complexa situação que se atravessa. Os números da Covid aparecem em escala crescente em termos de transmissão e óbitos. Impulsionada pelas safras de soja, café e milho, a agropecuária também revela forte participação no PIB, anunciado na semana passada. Para o IBGE, a elevação decorre do crescimento e ganho de produtividade das lavouras, que conseguiram recordes.

Apesar de tudo, o consumo das famílias caiu 5,5% em 2020, relativamente ao exercício anterior. Assim, sendo o consumo das famílias o principal componente do PIB, sob a ótica da demanda, constatou-se a maior queda da série histórica. Anteriormente, o pior PIB fora em 2006, mas em 2020, houve um  recuo de 4,1%. Não só isso: O Brasil ficou em 21º lugar em um ranking de crescimento econômico de 50 países, confirmando projeções do FMI. No âmbito de nações, o Brasil desceu ao 12º lugar, com previsão de cair para 14º.

O país parou no fim da primeira semana de março do 2020 perverso. Quem tiver o costume de guardar jornais, revistas, gravações radiofônicas ou de televisão, poderá mostrar às futuras gerações o pérfido retrato que restou.

Cidades do Sul brasileiro, inclusive capitais, a exemplo do ocorrido com Manaus, passaram a enfrentar a mais trágica experiência de sua história. Não havia mais leitos de tratamento intensivo, os profissionais se achavam em exaustão máxima, as estatísticas de transmissão ou de mortes alcançavam novos limites, as ruas e movimento comercial estavam parados. A Covid-19 encontrava-se na espreita dos desatentos ou aos alheios ao malefício.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, repetiu a advertência de todas as entidades médicas do mundo e dos profissionais de Saúde, os mais conceituados ou os mais humildes e anônimos: A situação é grave e a tendência de ver piorar. “Estamos preocupados, - disse ele – e a preocupação não é apenas com o Brasil. Os vizinhos do Brasil, quase toda a América Latina. Isso significa que, se o Brasil não for sério, vai continuar  afetando todos os vizinhos e até além. Não é apenas sobre o Brasil”.

O país acompanha, com inquietude, para não dizer medo, as medidas adotadas para não atrasar mais a imunização contra a Covid, em âmbito nacional. 

Enquanto isso sofre a população na incerteza, e as famílias choram a perda de entes queridos levados ao túmulo.                                            

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