Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Um santo venezuelano

Publicado em 08/03/2025 às 06:00.

Nicolás, o da Venezuela, não eleito para exercer a presidência, é Maduro no nome; mas pelo tempo de vida, já deve estar “podrido”, como se diz em espanhol. Há pouco, colocou o exército venezuelano na fronteira com o Brasil, invadiu o espaço aéreo brasileiro e despachou para novo território e o da Colômbia 5,2 milhões de pessoas, abrigadas principalmente por aqui nos municípios da Calha Norte. E ainda declarou: “O Brasil não é confiável...”

Naqueles dias, corria a notícia de que Maduro não era de naturalidade venezuelana, pois originário da Colômbia. Inicialmente partida do jornalista Edgard Matsuki, a informação correu as Américas. O texto não era longo: “A novidade agora é a descoberta de que Nicolas Maduro é colombiano e não venezuelano nato, infringiu e infringe todas as regras da Constituição do país. Atores políticos são “plantados” pelo Sistema em muitos países, principalmente nas Américas.

Vivemos em um jogo de xadrez? Devemos observar muito esses “atores, titeres e payasos plantados” para atuar e obedecer ao “Sistema”. Comece a observar esses políticos que não sabem falar ou escrever bem o seu idioma, ou não têm os costumes do país onde estão e onde aparecem de repente. Alguns já têm até bom status no meio do povo. Não acreditem em suas histórias, com infâncias inventadas, busquem investigar”.

Quem tem interesse pesquisa. As respostas surgem claras: “Não”. Maduro nasceu em Caracas, em 23 de novembro de 1962. Não encontramos em fontes confiáveis. Achamos mensagens desmentindo a fake news. A história circula, no mínimo, desde 2013. Na época, a versão viralizou também pelo fato de a mãe de Nicolás ter nascido em Cúcuta, na Colômbia. Maduro declarou que se sentiria honrado por ser colombiano, mas nascera em Caracas. Além disso, investigações apontaram que os supostos documentos viralizados eram falsos.

Em todo caso, na tentativa, talvez, de proteger a Venezuela, o Papa Francisco, mesmo recolhido a leito hospitalar no Vaticano, autorizou a canonização de um leigo venezuelano. Foi José Gregorio Hernández Cisneros, conhecido como o “Médico dos Pobres”, já beatificado em 2021, que se tornará o primeiro santo daquele país. Chegou em boa hora.

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