Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Uma hora delicada

Publicado em 15/04/2023 às 06:00.

Estamos no segundo trimestre do agora chamado Lula 3, o terceiro mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Foi um grande desafio vencer a guerra no pleito do ano passado para definir o sucessor de Jair Bolsonaro. Um prélio difícil e acirrado, dadas as condições especiais do mundo naquele período e as circunstâncias bem típicas do Brasil no período final do presidente anterior. 

Agora, sente-se que as divergências, algumas radicais entre os contendores, persistem, como aliás se previa. A situação mundial permanece nebulosa e têm sequência disputas territoriais e ideológicas. Que dizer da participação de Putin em tudo isso a que se assiste? Enquanto o presidente Lula sonha em contribuir para dar fim à guerra com a Ucrânia, o distinto eleitorado brasileiro luta contra os preços de bens alimentícios, dentre os demais.

Um esforço enorme espera os novos dirigentes da nação. Sabe-se que há forças que apostam em obstar o trabalho que se quererá certamente empreender. É incontestável que segmentos democráticos que se posicionaram a presidente Lula, particularmente no segundo turno, têm grande responsabilidade em tudo isso, porque há um cenário de ingentes dificuldades econômicas e instabilidade política que precisam ser superadas, para que o país possa voltar a ter uma vida normal.

O apoio das forças que compõem a ampla coalizão do governo, independentemente de idiossincrasias pessoais e divergências políticas pontuais, é fundamental para defesa da democracia. O presidente tem responsabilidade imensa para fazer por onde merecer esse apoio, sem o que não terá a oportunidade de levar seu governo a bom termo e sucesso. 

Transcorridos os primeiros cem dias de gestão, o ambiente ainda é obscuro internamente. Tanto é verdade que o chefe da nação optou por viagens ao exterior, cujo bom sucesso repercutirá no plano interno,  em que ainda não se encontraram tempo e vias para  atendimento às reivindicações.

Desavenças e desentendimentos tampouco resolvidos ou superados, não é bom sinal, em face do quadro de demandas que persistem em todas as áreas de atuação do governo.

O povo terá de demonstrar muita paciência, porque nem tudo reside em ajuda financeira aos mais desvalidos. Até porque há ainda os que se aproveitam da situação difícil como se constata com o grande número dos que pleiteiam o auxílio família a que não têm direito. Há espertalhões em todos os setores e segmentos da população. Infelizmente.

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