Polarização, eis a palavra da moda. Muito própria para a fase de falta de entendimento na área política, administrativa e econômica, para incômodo e preocupação geral da República, fazendo-nos recuar ao tempo delicado da monarquia, quando o jovem herdeiro da coroa portuguesa decidiu permanecer na colônia para o bem de todos e felicidade geral.
Tempo bom este de agora para os fora da lei, que encontram ambiente muito propício a suas ações funestas, que faz crescer a inquietação da sociedade como um todo – às famílias, aos comerciantes, aos caminhoneiros, aos taxistas e congêneres, ao temerem muitíssimas razões dirigir nas vias públicas, sejam ruas da cidade ou em incursões mesmo na vizinhança.
Uma coisa é certa. Há medo generalizado, enquanto os grupos criminosos se aperfeiçoam, inclusive no exterior, trazendo armas e instrumentos próprios para agir contra as leis e os homens.
O público não quer tomar conhecimento dos fatos através dos veículos de comunicação. Eles percebem escorrendo dos rádios, das telas, das páginas dos periódicos. Mas este é o tempo e o lugar em que vivemos. Ainda.
Segundo informações do Relatório anual do Instituto Fogo Cruzado, no ano passado foram registrados 6.769 tiroteios nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Recife, Belém e Salvador. Como resultado, foram 6 mil pessoas baleadas (5.936 para sermos exatos), 4.194 mortos e 1.812 feridos.
Ainda segundo o Instituto, o mapeamento nesses quatro centros urbanos, que abrangem Sudeste, Nordeste e Norte do país, possibilita identificar padrões comuns e especialidades regionais no uso da força letal pelo Estado. E o quadro não se circunscreve apenas às quatro metrópoles. Onde vamos chegar?