Manoel HyginoO autor é membro da Academia Mineira de Letras e escreve para o Hoje em Dia

Vidas perdidas

Publicado em 01/07/2025 às 06:00.

Polarização, eis a palavra da moda. Muito própria para a fase de falta de entendimento na área política, administrativa e econômica, para incômodo e preocupação geral da República, fazendo-nos recuar ao tempo delicado da monarquia, quando o jovem herdeiro da coroa portuguesa decidiu permanecer na colônia para o bem de todos e felicidade geral.

Tempo bom este de agora para os fora da lei, que encontram ambiente muito propício a suas ações funestas, que faz crescer a inquietação da sociedade como um todo – às famílias, aos comerciantes, aos caminhoneiros, aos taxistas e congêneres, ao temerem muitíssimas razões dirigir nas vias públicas, sejam ruas da cidade ou em incursões mesmo na vizinhança.

Uma coisa é certa. Há medo generalizado, enquanto os grupos criminosos se aperfeiçoam, inclusive no exterior, trazendo armas e instrumentos próprios para agir contra as leis e os homens.

O público não quer tomar conhecimento dos fatos através dos veículos de comunicação. Eles percebem escorrendo dos rádios, das telas, das páginas dos periódicos. Mas este é o tempo e o lugar em que vivemos. Ainda.

Nas grandes cidades e em derredor delas, multiplicam-se os furtos e roubos, os sequestros, os atentados contra os cidadãos, enquanto surgem em número expressivo os casos de feminicídios, de violência nos lares, filhos que matam pais, estupros e toda espécie mais que possa existir. Os dados impressionam.

Segundo informações do Relatório anual do Instituto Fogo Cruzado, no ano passado foram registrados 6.769 tiroteios nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Recife, Belém e Salvador. Como resultado, foram 6 mil pessoas baleadas (5.936 para sermos exatos), 4.194 mortos e 1.812 feridos.

Ainda segundo o Instituto, o mapeamento nesses quatro centros urbanos, que abrangem Sudeste, Nordeste e Norte do país, possibilita identificar padrões comuns e especialidades regionais no uso da força letal pelo Estado. E o quadro não se circunscreve apenas às quatro metrópoles. Onde vamos chegar?

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