A partida de dois grandes mineiros

26/10/2020 às 21:15.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:53

Aristóteles Drummond*

Há dias, a comunidade mineira que orbita entre o Rio e BH sentiu a perda de dois mineiros e brasileiros notáveis. O destino os levou a viver no Rio, mas sem a perda do sentimento da mineiridade da formação e mocidade.

Foram eles Eduardo Magalhães Pinto, o filho mais velho do governador, ministro e senador Magalhães Pinto, o mais jovem presidente da Associação Comercial de Minas. Eduardo, muito jovem, presidiu o Atlético Mineiro, tendo depois ido para o Rio, a fim de assumir a presidência do Banco Nacional. Homem de vida discreta, simples, era muito estimado pelos funcionários do grande banco, que um erro fatal, que foi a saída do primo José Luiz, levou à ruína 20 anos depois. Mas Eduardo, como o pai, não participou deste equívoco. Eduardo viveu dentro do estilo da Minas natal, na simplicidade, na dedicação à família, na cordialidade. Tinha o calor e o sorriso dos bons.

A outra perda, desta vez de um dedicado sobrinho de Magalhães Pinto, foi a de Theophilo de Azeredo Santos. Um homem movido pelo ideal, pelas causas nobres. Foi professor de Direito por amor, banqueiro por vocação, amigo leal por formação. Muito católico, o Cavaleiro da Ordem do Santo Sepulcro foi exemplar chefe de família.

Theophilo foi um dos primeiros e certamente dos mais importantes dirigentes da Fenabran, formulando boa parte da modernização de nosso sistema bancário. Na Associação Comercial do Rio, foi benemérito, assim como na ABBR.

O Rio, mesmo depois da mudança da capital, continuou a ser um braço de Minas. Grandes famílias mineiras estão presentes, assim como os Magalhães Pinto. Vivem no Rio os descendentes de notáveis como Bilac Pinto, Oscar Correa, Israel Pinheiro, Antônio Carlos, Augusto, Bernardino de Lima, Edmundo Lins e tantos outros. Mas todos permaneceram e permanecem mineiros nos compromissos. Com a fé e a liberdade.

Uma geração de homens de mãos e almas limpas. Que estes exemplos frutifiquem pelo bem de todos. A força de Minas vem muito desta presença no Rio, São Paulo e Brasília, e com a reconquista do apreço nacional pela postura tão mineira do governador Romeu Zema.

*Escritor e Jornalista

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