Aristóteles Drummond*
Em Minas, conta-se que, em 2018, fechadas as urnas,o candidato do Novo, Romeu Zema, estava no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, para embarcar em viagem de descanso da campanha, quando foi informado de que estava no segundo turno. Cancelou a viagem, voltou e ganhou com folga. Foi candidato por idealismo, por um dever de consciência cívica e não por ambição. Disse que, vitorioso como empresário relevante na sua região, despertou para a importância de participar da política, pois não pode ter empresa próspera em país em dificuldades, com burocracia, corrupção e irresponsabilidade no trato das contas.
Embora inexperiente, começou a governar na direção correta, foi amadurecendo, manteve saudável diálogo com a classe política mineira, tem conseguido milagres na Assembleia, sem toma lá dá cá, atendendo aos parlamentares nos pleitos de indiscutível interesse público. Minas vai saindo da mega crise e o austero governador, popular. O povo percebe como é árduo reconstruir.
O inédito na nossa história republicana é o fato de um dirigente deste nível cumprir uma missão desta importância em verdadeiro sacerdócio cívico. O homem não é vaidoso, não é palavroso, não é demagogo, não tem ambições, não corteja o aplauso fácil, não se deixa intimidar pelo patrulhamento esquerdista; contorna e não agride as provocações. Parece que não existe, numa política marcada pelas vaidades e ambições.
Nada tem com o cinismo dos que ficaram no poder e prometem fazer o que não fizeram em 14 anos. Muito menos com os que se portaram como macacos em casa de louças, para ficarmos no dito popular. Ele é mesmo novo, diferente, honesto no sentido mais amplo da palavra.
Minas teve realizadores, desde JK, Magalhães Pinto, Hélio Garcia, Rondon Pacheco, Aécio Neves, assim como conciliadores austeros como Aureliano, Tancredo, Itamar e Anastasia, mas o destino levou ao governo alguém que naturalmente se tornou um resumo das características positivas de cada um de seus antecessores – os que merecem ser lembrados, é claro. E, ao mesmo tempo, com as marcas do mineiro comum, desde o empreendedor como ele, ao mais simples comerciante ou trabalhador formado nos valores do homem simples das alterosas. E carrega sangue de emigrantes, que fazem parte da gente brasileira. Um fenômeno, sim.
Neste quadro que o país atravessa, na busca da pacificação com ordem e progresso, sem arroubos e principalmente sem ressentimentos, mesmo a que a sua revelia, o nome que cresce nas forças vivas da nacionalidade é o de Zema. E os mineiros, coerentes com a tradição histórica de compartilhar com o Brasil seus grandes nomes, certamente haverão de encontrar no grupo ligado ao governador, com as mesmas marcas, da independência e do idealismo, um nome para continuar sua obra no Estado.
O Brasil precisa de um Zema!
* Jornalista