O que o inverno tem a ver com o tratamento de varizes?

Camila Caetano*

Qual a melhor época do ano para tratar as varizes? É possível que muitos considerem essa dúvida ao pensar em realizar os procedimentos no inverno, seja pelas temperaturas mais amenas, pela facilidade em usar meias nessa época e pela possibilidade de já ficar pronto para o verão.

Essas condições são peculiares para cada pessoa. Mas, quando se pensa unicamente no pós procedimento, a resposta talvez seja mais pronta: este período de temperaturas mais frias pode ser bem atraente para quem está na iminência de agendar o tratamento. Isto porque o frio acaba sendo um grande aliado na recuperação. Como a exposição ao sol é menor e a umidade também é mais baixa, há menos riscos de haver uma hiperpigmentação da pele.

Outro ponto importante é que o inchaço e a inflamação, que podem ocorrer com maior frequência nos meses mais quentes, também diminuem bastante. Na prática, isso proporciona um conforto maior da paciente no pós-procedimento e assume um papel preponderante na sua recuperação. Melhor ainda do que isso é que o friozinho chama aquelas roupas mais compridas e facilita o uso de roupas mais comprimidas, que protegem os hematomas e os pontos de punção do laser.

Tenha em vista ainda que é comum o médico indicar o uso de meias de compressão após o procedimento para melhorar a circulação. No inverno, essas meias acabam se tornando mais confortáveis, e tendem a ser recomendadas por um período menor em comparação com as estações mais quentes do ano e também com os métodos convencionais de varicectomia, como é chamada a cirurgia de retirada das varizes.

Apesar das vantagens, é essencial que a paciente converse antes com o profissional que realizará o procedimento, uma vez que ele poderá apresentar as nuances existentes nos diferentes períodos do ano. Mas para quem quer o mínimo de impacto possível na recuperação da cirurgia, aliar o laser endovenoso com o inverno é a fórmula certa para alcançar o menor tempo possível de repouso.

* Médica, cirurgiã vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e diretora técnica da Clínica Vascular Camila Caetano