Os impactos da indústria 4.0 no atual cenário brasileiro

12/07/2017 às 12:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:31

Nelson Ferreira Filho*

As turbulências do desenvolvimento econômico, político e das inovações tecnológicas somadas às novas demandas do mercado, a partir da década de 90 do século passado, trouxeram exigências práticas e rápidas nas resoluções de problemas que estão interconectados com a economia, modernidades tecnológicas, mercado e nas relações do comportamento com o mundo do trabalho. 

Os avanços inovadores das fábricas do mercado mundial, no entanto, têm exigido de seus gestores a capacidade de suas operações em tempo real. 

Isto nos leva a refletir e agir sobre atualizações inovadoras, administrativas, políticas e, principalmente, sobre os impactos da indústria 4.0 no atual cenário brasileiro. 

Hoje, o desafio que se apresenta pode ser chamado da 4ª Revolução Industrial, em que máquinas inteligentes e componentes inteligentes se comunicam entre si, sem intervenção humana. 

A mais recente transformação que as empresas brasileiras terão que se ajustar (e de forma rápida) é a denominada indústria 4.0. É o que se têm de novo no mundo da manufatura.

Afinal, o que é a indústria 4.0? É um conceito de indústria proposto recentemente que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura. A partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos Serviços, os processos produtivos tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis.

O termo indústria 4.0 teve sua origem a partir de um projeto de estratégias do governo alemão voltadas para as novas tecnologias no evento da Feira de Hannover Messe em 2011. Em outubro de 2012 o grupo responsável pelo projeto, ministrado por Siegfried Dais, Robert Bosch GmbH  e Henning Kagermann (da Academia Alemã de Ciência e Engenharia) apresentaram um relatório de recomendações para o governo federal alemão, objetivando melhorias de planejamento, bem como de sua implantação. Então, em Abril de 2013, nessa mesma feira, foi publicado o trabalho final sobre o desenvolvimento da indústria 4.0. 

Sua fundamentação enfatiza que conectando máquinas, sistemas e ativos, as empresas poderão criar redes inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor que podem controlar os módulos da produção de forma autônoma. Ou seja, as fábricas inteligentes terão a capacidade e autonomia para agendar manutenções, prever falhas, panes, interrupções inesperadas nos processos de produção e se adaptar aos requisitos e mudanças não planejadas em suas operações produtivas.

Isto nos remete a um novo período no contexto das grandes revoluções industriais. Com as fábricas inteligentes, diversas mudanças ocorrerão na forma em que os produtos serão manufaturados, causando impactos em diversos setores do mercado.

Em breve, operadores, equipamentos, máquinas e matérias-primas conseguirão comunicar-se em tempo real pela rede de internet. O processo de produção poderá ser realizado por meios digitais em uma fábrica inteligente e aplicado ao ambiente real, em que o operador poderá monitorar tudo a distância com informações em tempo real.

(*)  Doutor em Engenharia de Produção, coordenador e professor do curso de Engenharia de Produção das Faculdades Kennedy de Belo Horizonte

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