A velocidade do tempo se constata com mais nitidez com a chegada do último mês do ano. Nessa época, ficamos mais reflexivos e costumamos fazer um balanço da nossa vida. Nem sempre fechamos o ano como gostaríamos. Há quem se sinta feliz com as realizações e outros frustrados, pois constatam que não fizeram muito progresso. Estes aproveitam o momento para estabelecer novos objetivos, metas e sonhos.
Nossos sonhos e metas são muito importantes para nos impulsionar na busca, contudo precisamos medir nossa capacidade realizadora para não nos frustrarmos. Exigir acima do que conseguimos realizar pode nos trazer decepções e baixa autoestima, uma vez que nossa capacidade de imaginar será sempre maior que a de realizar.
É importante considerar que ao fazermos um balanço de fim de ano devemos contabilizar tudo. Tanto as conquistas materiais quanto as emocionais. Fechar o ano e concluir que conseguiu trocar o carro, ser promovido ou realizar uma viagem dos sonhos deve ser contabilizado, porém não se pode deixar de fora a evolução pessoal. Ter no crédito uma sensação de que lida melhor com as emoções, é mais paciente e tolerante, se respeita mais e é mais fiel às suas emoções também deve entrar no balanço. Tanto para verificar o ano que passou quanto para traçar as metas para o próximo. Afinal de contas, ter objetivos em relação à evolução pessoal é tão ou mais importante que as metas materiais, visto que em termos de satisfação, não há dinheiro que pague isso.
Olhar para trás e se considerar uma pessoa melhor para lidar com as emoções e os altos e baixos da vida nos deixa mais seguros e confiantes, e isso, claro, tem impacto direto nas nossas conquistas materiais e relacionamentos de forma geral, afetivo, social e familiar.
Aliás, família tem um peso importante nessa época do ano. Resgatar laços é o desejo de muitos, visto que interferências podem ter proporcionado desconexões. Os laços sanguíneos não significam automaticamente laços de amor. Este tem que ser sentido através da construção retroalimentada de afeto e demonstrações contínuas de carinho, que nem sempre existe entre familiares.
Quando nos deparamos com o cenário de desunião familiar, tendemos a nutrir sentimentos que sabotam o amor, como raiva, mágoa, ressentimentos. Nessa hora, uma grande sensação de solidão é estabelecida. Mas os que pretendem resgatar ou promover a união devem tentar eliminar qualquer sentimento de mágoa e transformá-lo em perdão.
Libertar o outro de alguma suposta dívida é o caminho para ficarmos libertos também. Aos que buscam encontrar o equilíbrio, qualidade de vida emocional e boa saúde mental, perdoar e se libertar é o caminho para a cura. Não há nada que tenha ocorrido na biografia de uma pessoa que não possa ser ressignificado e superado. Sobretudo nessa época do ano, um momento tão propício para o amor.