Cada vez mais pessoas públicas falam abertamente sobre seus problemas de saúde mental e a necessidade de afastamento do trabalho para se dedicar ao tratamento.
Essa semana foi a vez do atleta Medina. Ele escreveu uma carta aberta para o público declinando de participar de um campeonato, muito importante para sua carreira, para cuidar da sua saúde mental. Assim como ele, já soubemos de vários outros casos de famosos, como a Lady Gaga, por exemplo, que já falou várias vezes sobre sua luta contra a depressão e outros transtornos mentais.
Numa entrevista, a artista disse: “Quando olho para esse Oscar sinto muita dor. Fui estuprada quando tinha 19 anos, repetidamente. Ao longo dos anos, fiquei traumatizada de várias maneiras por várias coisas, mas sobrevivi e continuei. E quando olhei para o Oscar, vi dor. Eu tenho TEPT (transtorno de estresse pós-traumático), eu tenho dor crônica, a resposta neuropática ao trauma doloroso é uma parte semanal da minha vida. Eu tomo medicação, tenho vários médicos que me acompanham. É assim que sobrevivi”.
Justin Bieber é outro caso que também repercutiu mundialmente quando cancelou uma turnê para cuidar da sua saúde mental. Na época, comunicou: “Preciso curar a mente, o coração e a alma”.
Casos como desses artistas e inúmeros outros confirmam que fama, popularidade e fortuna estão longe de garantir felicidade.
Mas a batalha contra a instabilidade emocional não afeta só famosos e sim milhares de pessoas pelo mundo. Porém, quando alguém famoso assume publicamente o problema acaba encorajando e “autorizando” outras pessoas a assumirem também. Que bom! Pois esconder não resolve. Aliás, piora, pois a pessoa passa a ter dois problemas ao invés de um: a doença propriamente dita e a mentira para encobri-la.
É sabido que a mente e o corpo são igualmente importantes para nos manter saudáveis, porém sem saúde mental, não há saúde física que resista. Isso porque o mundo é mental e nossas emoções são capazes de preservar nossa saúde, promover curas, superar obstáculos ou então, com a mesma potência, interferir no surgimento de doenças graves. À partir do que sentimos descarregamos na corrente sanguínea substâncias químicas, fazendo com que nosso corpo acione respostas fisiológicas para um lado ou para o outro.
Infelizmente, parece que atualmente a humanidade vive uma epidemia de distúrbios emocionais. As queixas de irritabilidade, insônia, ansiedade nunca foram tão altas, e as estatísticas confirmam isso. Mas a pergunta que fica é: o que posso fazer para melhorar?
Se imaginarmos nossas emoções negativas como uma fogueira, qual seria sua resposta honesta: você coloca mais lenha nessa fogueira ou joga água?
Não conquistamos uma mente sã inflamando nossas emoções e sim fazendo um esforço árduo para conquistar serenidade e equilíbrio. Um bom começo para essa caminhada pode ser: fazer boas escolhas afetiva e profissional; não responsabilizar o outro pela sua infelicidade; aceitar com docilidade as condições imutáveis da vida; desapegar daquilo que nos faz mal.
Como anda sua saúde mental?