Simone DemolinariPsicanalista com Mestrado e dissertação em Anomalias Comportamentais, apresentadora na 102,9 e 98 FM

Como ser uma pessoa melhor para mim?

22/12/2021 às 19:21.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:36

Com a aproximação do fim de ano, sempre pergunto às pessoas sobre suas aspirações para o próximo, e uma resposta que ouvi com freqüência foi: quero ser uma pessoa melhor para mim. 

Uma ótima meta a ser almejada. Isso porque, em várias situações em nossa vida, não somos tão bons para nós como somos para os outros.

Algumas queixas recorrente foram:

Aprender a dizer "não".
Colocar limite e não permitir abusos.
Desapegar do que não me faz bem.
Não aceitar relações unilaterais.
Ter mais confiança em mim e não me colocar abaixo.
Parar de sabotar meus objetivos.

Ter consciência dos maltratos que fazemos a nós não basta. Precisamos desenvolver algumas competências para combatê-los.

Aos interessados nesses avanços emocionais um bom começo pode ser a diligência que se opõe à preguiça e corresponde à disciplina, persistência, força e determinação com que o indivíduo conduz as atividades da sua vida.  Através da diligência é possível mudar um mau hábito e no lugar adquirir um hábito saudável. Para isso é importante assumir o compromisso contínuo de cumprir os combinados feitos consigo sem aceitar justificativas. A cada vitória, o novo hábito é consolidado.

No caminho dessa evolução pessoal é preciso estar atento à capacidade de controlar nossas emoções, ou seja, dominar aquilo que nos domina. Por exemplo: se sou uma pessoa intolerante, preciso aprender mecanismos para me tornar mais paciente. Se sou irritadiço, preciso respeitar as diferenças e com isso me aborrecer menos. Se sou crítico, preciso aprender a não me incomodar com a vida alheia. Se sou controlador, preciso exercer a serenidade. Se sou egoísta, preciso, através da autocrítica, coisa dificílima para pessoas que se acham boas demais, aprender a me colocar no lugar do outro e ser mais voluntarioso. Ou seja, o egoísta precisa aprender a olhar mais para as necessidades do outro e menos para as suas próprias.

Para conseguir controlar as emoções é fundamental desenvolvermos a virtude da humildade, que se opõe ao orgulho. A humildade corresponde a um estado psíquico onde o indivíduo tem grande disposição para ouvir e aprender. Os humildes são eternos aprendizes. Seguem dispostos a trocar suas ideias quando outras lhe parecem mais adequadas. Já o orgulhoso sente grande dificuldade em assumir seus erros, pois no fundo se considera perfeito. A humildade não tem a ver com submissão, e sim com o controle da vaidade. É o reconhecimento da nossa pequenez. Só avançamos emocionalmente na presença da humildade.

Diligência para perseverar, humildade para aprender e coragem para executar o aprendizado em nossa vida. Só conseguiremos ser melhores para nós mesmos se dermos a nós o mesmo respeito e importância que damos aos outros. Nem mais, nem menos. O mesmo. 

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