Fanatismo é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, não é catalogado como uma doença, mas é um comportamento disfuncional caracterizado por crenças que não cabem refutações. Difere do transtorno paranoide, cuja apaixonada adesão a uma causa se avizinha ao delírio.
Contudo, o fanatismo pode desencadear problemas psiquiátricos, dependendo do prejuízo que causa na própria vida ou do impacto na vida de outras pessoas.
O fanático apresenta agressividade excessiva, preconceitos variados; estreiteza mental; rigidez extrema quanto a um determinado “sistema”, raiva e ódio, subjetivo de valores, duplo padrão moral e comportamental.
São varias as vertentes do fanatismo:
Fanatismo religioso
Pessoas que acreditam que o que é bom para elas é ideal para a humanidade tentam emplacar suas crenças forçadamente. Sentem-se autorizadas por Deus na missão de convencer a todos. Muitas amizades e casamentos são desfeitos em função dessa diferença. Quem não comunga da crença do fanático não interessa o vínculo. Um radicalismo contraditório, que por vezes culmina em mortes, e que em nada tem a ver com paz, que em tese, a fé deveria promover.
Fanatismo político
Pessoas tomadas de razão privilegiam suas preferências políticas em detrimento de um bem maior. Defendem a democracia, mas a negam imediatamente a quem pensa diferente. Generalizam, compram a briga, defendem, não a ideologia, mas políticos que mal conhecem. O fanatismo político existe e não é de hoje. Talvez seja percebido com mais nitidez na atualidade, desfazendo amizades, rachando famílias, enquanto rivais políticos se unem em prol de uma nova candidatura.
Fanatismo esportivo
Em nossa cultura, fica evidente no futebol. Outro fanatismo que gera atrito, inimizade, brigas e até morte. Não é de hoje que presenciamos a violência nos estádios, entre torcidas e torcedores. Em nome do time do coração, não se medem esforços: gasta-se o dinheiro que não tem, cumpre-se promessas inimagináveis, chora-se a dor de uma derrota como se fosse a morte, como se tivesse perdendo um ente querido.
Fanatismo artístico
Pessoas que não admitem que seus ídolos não sejam idolatrados por todos. Casos mais extremos podem chegar à erotomania, síndrome onde o fanático acredita que é correspondido e se comunica secretamente por quem nutre a paixão. Um delírio de relação fictícia que tira o indivíduo da realidade.
O fanático não tem preferências, tem, sim, uma visão de mundo unilateral e arrogante, que rebaixa o limiar da inteligência e o deixa acreditar que só ele está certo.