Para colocar um plano em prática é preciso antes idealizá-lo. Pensar sobre o que será feito é a parte inicial de todo planejamento, as ideias vão sendo incrementadas fazendo com que o plano tome uma forma antes de ir para o papel.
É muito comum termos em mente exatamente o que queremos fazer. Há pessoas que conseguem visualizar uma casa com riqueza de detalhes, antes mesmo de construi-la, projetar uma empresa que sonha em abrir, viagens para lugares que pretende conhecer, festas que desejam realizar, entre outros sonhos. Ter a ideia, pensar, projetar mentalmente os resultados disso e ficar entusiasmado é a primeira etapa. Todo projeto nasce de um pensamento embrionário.
Depois da mente cheia de ideias vem a segunda parte, que é o planejamento. Para materializar o pensamento é preciso antes saber se o que foi sonhado é viável. Essa é a etapa para avaliar o custo-benefício do projeto. Muitas vezes temos uma “ideia brilhante”, mas quando colocada no papel percebemos a impossibilidade de realizá-la. Estudar, com profundidade, e planejar é fundamental para o sucesso do projeto.
Chegamos então à terceira etapa: a execução. Esta é a hora de colocar em prática tudo o que foi sonhado e planejado. E não estou me referindo apenas a grandes ideias relativas a coisas objetivas, essas três etapas são inerentes a qualquer ação e acontecem também para mudar um hábito, adquirir disciplina, adaptar um novo estilo de vida e também ações objetivas e simples como comprar um livro, por exemplo: primeiro tenho em mente ler determinado autor, segundo compro o livro e terceiro preciso ler. Só com as 3 etapas feitas o projeto é concluído.
A pergunta que fica é: por que agimos assim?
A resposta diz muito sobre dois vícios: o da fantasia e o da procrastinação. Ambas condutas que estagnam a evolução do indivíduo.
A fantasia é um hábito altamente viciante, visto que é muito gratificante deixar a mente divagar em imaginações - observe como é prazeroso imaginar como seria a vida após ganhar um prêmio na loteria? Freud chamava a fantasia de sonhos diurnos, aqueles pensamentos que são agradáveis e que deixamos que permaneçam. Ja a procrastinação ocorre justamente no momento em que empurramos para depois aquilo que afirmamos querer, e/ ou trocamos uma tarefa necessária por uma atividade inútil, enrolamos e não percebemos o tempo passar e empurramos com a barriga a obrigação, inventando desculpas esfarrapadas para nós mesmos. Cada vez que agimos assim, mais o cérebro aprende a agir dessa maneira (daí o vício) e como consequência passamos a acreditar cada vez menos em nós mesmos (daí a baixa autoestima de todo procrastinador).
Quebrar esse ciclo autodestrutivo é difícil mas totalmente possível. Primeiro é preciso entender que as 3 etapas são partes inseparáveis de um projeto e para realizar a tarefa com êxito é preciso vencer o cabo de guerra que se estabelece entre a razão ( que sabe o precisa ser feito) e a emoção (que quer empurrar para depois).
Cada vez que a razão vence, mais fortalecido o indivíduo fica e mais o cérebro aprende a agir assim. Eis a mudança do círculo vicioso para virtuoso. É preciso começar e ver os resultados. Em termos de satisfação, não há dinheiro que pague.