Periodicamente temos notícias de tragédias ao redor do mundo, envolvendo adolescentes que cometem crimes em escolas onde estudam, motivados pela vingança contra algum tipo de bullying. Este foi o caso do adolescente de 14 anos, que abriu fogo dentro de um colégio em Goiânia, na ultima semana.
Condutas agressivas sempre ocorreram entre alunos em ambiente escolar, contudo, a prática ganhou um nome específico à partir da década de 1980. A palavra “bullying” vem do inglês, onde “bully” significa agressor, assediador, tirano. Dessa forma, os “bullies” são pessoas que cometem violências físicas ou psicológicas contra alguém, que, na maioria das vezes, se sente impossibilitada de reagir ou se defender.
No começo, a vítima fica um pouco mais afastada, geralmente não compartilha seu sofrimento com os demais, às vezes por vergonha, medo de crítica ou receio de retaliação.
À medida que o abuso vai aumentando, cresce também a intolerância do agredido. Alguns entram em depressão, outros tornam-se agressivos e buscam vingança ou atentam contra a própria vida.
Entender a gravidade da situação nos ajudou a definir até onde vai a brincadeira e onde começa a violência. No bullying as “brincadeiras” são abusivas, perversas e repetitivas, atravessando o limite do suportável. Há ainda um agravante: o agressor nunca se apresenta sozinho, ele sempre vem acompanhado de um “bando”. Não bastasse isso, o líder principal–o bully –geralmente “proíbe” os demais de serem solidários ao agredido, ficando ele isolado e sem apoio.
Podemos dividir o bullying em seis categorias:
– Verbal: insultar, xingar, chamar por apelido depreciativo,
– Físico: bater, empurrar, arquitetar planos para que o outro saia ferido ou machucado, bloquear passagem.
– Psicológico: amedrontar, ameaçar, isolar, repreender com olhares, risos, indiretas, excluir, ridicularizar a aparência, desmerecer a preferência religiosa.
– Moral: difamar, caluniar, disseminar boatos.
– Sexual: assediar, abusar, praticar atos usando a força.
– Virtual: (ciberbullying) intuito de difamar, caluniar ou expor a intimidade do outro através de internet.
Ao contrário do que muitos pensam, o bullying não é um fenômeno recente, ele sempre existiu e causou muito estrago emocional em suas vitimas. O que ocorreu foi uma popularidade do fenômeno devido às consequências terem finais trágicos –como mortes e suicídios.
É lamentável que algumas pessoas ainda tenham em mente que “antigamente” a vida era melhor pelo fato de poder agredir o outro livremente e sair impune. E pior, muitas vezes atribuir às próprias agressões a sua condição emocional “forte”. Isso não é verdade. Violência não fortalece o sistema emocional, ao contrário, enfraquece, consome e na maioria das vezes deixa marca indelével por toda vida.