Simone DemolinariPsicanalista com Mestrado e dissertação em Anomalias Comportamentais, apresentadora na 102,9 e 98 FM

Uma breve reflexão sobre a mulher

05/03/2020 às 09:07.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:50

O Dia Internacional da Mulher é comemorado em 8 de março. Esses momentos são necessários, pois ainda há o que se conquistar e lutar. 
Hoje, as mulheres não são mais associadas ao “sexo frágil”, como se dizia antigamente. Ao contrário, muitas são a representação da força. Isso fica claro quando percebemos a capacidade de se reerguer que a mulher tem. Criam filhos, muitas vezes sozinhas, pois são abandonadas pelos companheiros.

Tornam-se múltiplas: trabalham fora, cuidam dos pais, dos filhos, da casa e de si mesmas. São generosas por natureza e mestres em esconder um sofrimento para poupar aqueles que amam. Aprendem, desde cedo, através das cólicas menstruais, a não se abater com a dor. Com isso, conseguem trabalhar, estudar, namorar e até ir a uma festa, mesmo sentindo dor e com um sorriso no rosto. 

Muitas vezes, são consideradas injustamente fracas, pois choram com mais facilidade. Mas o que muitos consideram fragilidade é, na verdade, sensibilidade, o que também é uma característica positiva, pois é da sensibilidade aguçada que nasce a empatia. Característica muito desenvolvida nas mulheres. 

Outro ponto marcante é o autocontrole que a mulher acaba desenvolvendo ao passar por determinadas situações constrangedoras, como por exemplo assédios, elogios de duplo sentido, ter a “competência” medida pela aparência física, lidar com ambientes de trabalho que condicionam promoções profissionais ao sexo e conviver com o boicote profissional após negar as investidas. É preciso autocontrole para conseguir sair, de maneira digna, de situações dessa natureza que, infelizmente, ainda ocorrem com frequência. </CS>

As mulheres também dispõem de uma coragem especial que as permite ousar e encorajar o outro. Isso fica evidente quando percebemos que é a mulher, em sua maioria, que apoia e incentiva o homem a casar e a formar uma família. São elas também que, heroicamente, decidem engravidar e gerar um filho. Também são elas que lutam para que os pais participem mais da criação dos filhos e que perdoam com mais facilidade inclusive uma traição. Novamente, são elas que, quando a vida conjugal vai mal, decidem procurar ajuda profissional, terapia de casal, cursos e se, ainda assim não resolver, são elas que decidem se separar e ainda encontram coragem para começar tudo de novo. 

Todo esse universo de força, coragem e competência é reconhecido e comemorado no dia internacional das mulheres. Porém, é preciso ir além dos cumprimentos e das flores. Parabenizar a esposa, filha, namorada, funcionária, e não trabalhar firme para quebrar paradigmas antigos, não resolve. As homenagens são bem-vindas e a comemoração necessária. Contudo, elas precisam acontecer diariamente, sob forma de respeito, valorização e, sobretudo, atitudes. 

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