O filme “Escritores da Liberdade” retrata um trabalho social nos EUA iniciado por uma professora, que amava o que fazia e se encantava com a possibilidade de levar novas referências para alunos da periferia, com histórico de crime em suas famílias.
No início da sua intervenção, a professora teve resistência dos colegas de trabalho, de parte da sua família e, principalmente, dos alunos, até que ela entendeu que deveria usar a criatividade e a literatura para atingir alguns daqueles adolescentes.
Pelo Brasil afora, várias ações têm usado a expressão artística para dar voz a pessoas anônimas. Foi assim que nasceu o projeto Dom Quixote – biblioteca itinerante que visa promover a circulação de obras literárias em presídios de Minas Gerais, criado pelo Instituto Jurídico para a Efetivação da Cidadania (IJUCI).
O Senac-MG também mobilizou seus jovens aprendizes, em várias unidades mineiras, a participarem de gincana para arrecadar livros para serem doados a adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, numa parceria com a Secretaria de Segurança Pública, por meio da Suase, e o Tio Flávio Cultural.
Já a Academia de Letras do Brasil, que é uma instituição sem fins lucrativos, guardiã das artes, literatura e cultura brasileiras e que possui várias academias parceiras pelo mundo, resolveu inovar na forma e no conteúdo da ação.
No dia 22 de novembro, em parceria com o Centro Socioeducativo de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, será lançado o primeiro grande Festival Literário promovido pela academia em um ambiente de privação de liberdade. O objetivo é provocar a liberdade através da escrita, em que os adolescentes possam se expressar.
Outras iniciativas enchem os mineiros de orgulho, como os projetos “Um Pé de Biblioteca” e “Ponto do Livro”, que estimulam a leitura e o compartilhamento de obras, além do “Virando a Página” ( vinculado ao Tio Flávio Cultural), que leva contação de histórias e doação de obras infantis a abrigos para crianças.
No Morro do Papagaio tem o projeto Lei.tura, idealizado por Juliana Oliveira e Julio Fessô, em parceria com o Centro de Defesa Coletiva e a ONG Fa.vela, que distribue livros nos comércios do Morro para que os moradores possam pegar, ler, devolver.