Tio FlávioPalestrante, professor e criador do movimento voluntário Tio Flávio Cultural.

Solidariedade

20/02/2020 às 21:41.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:42

Um grupo de amigos palestrantes resolveu se unir para arrecadar alimentos, material de higiene e limpeza, além de material escolar para as vítimas das chuvas em Minas Gerais.

Sensibilizado pelas imagens e notícias de diversas famílias privadas dos seus lares, pertences pessoais e envoltas em muito desespero e incerteza, o palestrante William Caldas teve a ideia, prontamente abraçada por outros profissionais, de que cada um fizesse uma palestra, gratuita, aberta à participação pública, num evento único. Quem se inscrevesse levaria um item como forma de ingresso.

A Fecomércio abraçou a iniciativa e cedeu o Sesc Palladium para que o evento fosse realizado, cedendo toda a estrutura e organização das equipes do Sesc e Senac- MG. As instituições Servas e Cruz Vermelha foram convidadas como parceiras para receber o material arrecadado, que ultrapassou meia tonelada de doações.

Em menos de uma semana da oferta do evento os ingressos já haviam esgotado, com a adesão de centenas de pessoas que iriam, além de compartilhar o conhecimento, se engajar numa causa social.

Esse é o sentido da solidariedade. Parafraseando o filósofo Mário Sergio Cortella, essa palavra não vem de solidão e sim de sólido, pois estimula a convivência e o aprendizado mútuos.

Ganham todos que se envolvem, comprometem, acreditam, engajam. Voluntariado não é fazer favor a ninguém, nem a si próprio. É, na verdade, ter bem definidos que é necessária uma cultura, individual e coletiva, de compromisso e responsabilidade comunitária.

Ao subirem ao palco, num evento chamado Seminário de Gestão e Liderança, eu e os palestrantes Erasmo Vieira, Cristiano Lopes, William Caldas e Daniela Augusta, além do grupo Todo Cultura, não tínhamos apenas um monte de gente ansiosa pelos conteúdos, mas pessoas com brilho nos olhos, vontade, sensibilidade, interesse e muita energia.

A cada palestra era uma troca de olhares, risos, palmas, emoções diversas que fizeram com que os maiores beneficiados não fossem as vítimas das chuvas, mas todos nós, vítimas de mazelas diversas do mundo atual que, com a nossa permissão ou não, vão nos atropelando.

Foi uma manhã de reflexões e conhecimento, que nos faz entender que juntando forças conseguimos mudar cenários, não só com doações de alimentos, necessária e urgente muitas vezes, mas com mudança de cultura e participação efetiva.

No encerramento, o grupo Todo Cultura ainda nos sensibiliza, ressaltando as mulheres e pedindo que façamos uma reflexão acerca da violência doméstica.

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