Os últimos anos foram de alta no setor alimentação no Brasil

Jornal O Norte
15/04/2008 às 10:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:30

Valéria Esteves


Repórter

Os brasileiros terão que continuar adequando o que ganham de salário ao que vão comer diariamente. O feijão e o arroz, além de algumas verduras e frutas desde o ano passado estão com preços altos. E a reclamação não vem só do Norte de Minas ou mesmo do Estado de Minas Gerais. Nas capitais brasileiras os consumidores também reconhecem que se alimentar tem ficado cada vez mais caro no correr dos anos. Isso na visão de especialistas é por conta de vários fatores, inclusive da boa fase das exportações.

Há quem diga que o motivo para permanência da alta na alimentação também se deve a perda no campo devido a seca que predominou em vários territórios da federação nacional bem como do aumento no consumo mundial de alimentos.

Apesar disso, a tendência, conforme economistas, é que os preços caiam especialmente do arroz e do feijão que registraram alta significativa no ano passado.

Estudo feito pelo Departamento de Agronegócio da Fiesp- Federação das Indústrias do Estado de São Paulo aponta, pela primeira vez que a forte inflação de alimentos apurada em 2007 foi provocada por um choque de demanda e não apenas por problemas de oferta. O fenômeno foi observado em carne bovina (que subiu 22,15%), carne de frango (16,17%), ovos (26,05%), leite (19,79%), feijão carioca (144,4%) e leite (19,79%).

Foi superior a 70% a contribuição desses itens para o grupo alimentação e bebidas do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que variou 10,79%, acima da inflação geral, de 4,46%.

- A expansão de 7% na renda e o aumento dos postos de trabalho fez aumentar a demanda nas classes mais baixas, principalmente de produtos mais baratos, como leite, frango e feijão, afirma Benedito da Silva Ferreira, diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp.

PESQUISA

Os alimentos voltaram a pressionar a inflação medida pelo IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo, em março e responderam por 0,20 ponto percentual da taxa de 0,48% registrada pelo índice no mês passado. No primeiro trimestre, o peso do grupo foi de 0,66 ponto percentual para uma taxa acumulada de 1,52% pelo IPCA entre janeiro e março.

Em análise do jornal Valor econômico ficou provado que nos três primeiros meses do ano, os alimentos avançaram 3,04%, enquanto educação subiu 3,92%. Juntos, os dois grupos contribuíram com 0,94 ponto percentual, o equivalente a 62% do total do IPCA no primeiro trimestre.

Os alimentos são produtos de mercado, que dependem de cotação internacional e da demanda do mercado interno. Desde meados de 2007 que a pressão desse grupo tem sido muito forte e o ano de 2008 já começou com taxas crescentes para alimentação , frisou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Entre as maiores pressões para o índice trimestral, destaque para os colégios e cursos, que subiram 4,42% e contribuíram com 0,21 ponto percentual para o IPCA; refeição fora, com alta de 3,34% e contribuição de 0,08 ponto percentual; empregados domésticos, com 2,32% e 0,07 ponto percentual; óleo de soja, com 25,47% e 0,07 ponto percentual; pão francês, com 6,20% e 0,07 ponto percentual; e tomate, com 56,72% e 0,07 ponto percentual. (com Agência)

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