(Maurício Vieira/Hoje em Dia)
Os industriais mineiros permaneceram otimistas em relação à economia pelo 16º mês consecutivo. Segundo dados divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 64,6 pontos neste mês, o mesmo de dezembro e o melhor resultado para janeiro desde 2010 (68,3 pontos). O índice também é 2,8 pontos superior ao apurado no mesmo mês de 2019. Desde setembro de 2018, o ICEI não fica abaixo dos 50 pontos.
“Esse índice acima de 50 significa que o empresário está otimista”, explica Daniela Muniz, analista de estudos econômicos da Fiemg. O valor mais baixo registrado foi em outubro de 2015 (31,4 pontos).
O estudo resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam a situação atual melhor e expectativa positiva para os próximos seis meses.
De acordo com a Fiemg, a confiança se deve a fatores como a menor incerteza política, a inflação controlada e à melhora, ainda que lenta, do mercado de trabalho, além da baixa taxa básica de juros (Selic).
Outro componente associado à percepção foi a disponibilidade do saque do FGTS, que melhorou o poder de compra no ano passado. “O maior acesso à renda favorece o consumo, com reflexo na produção”, complementa Daniela.
Na pesquisa, foram ouvidos 208 empresários das indústrias extrativa, de construção e de transformação em Minas. No primeiro item avaliado – a confiança atual –, a potuação caiu de 59,3 para 57,3. “Esse recuo de janeiro atribuímos a uma questão mais sazonal, já que de novembro para a frente são meses mais fracos para a indústria”, pondera a analista da Fiemg.
Em relação às expectativas, houve aumento de 67,2 para 68,3 pontos ,de dezembro para janeiro. “É uma percepção importante, mas não é porque os indicadores estão melhorando que devemos deixar de lado reformas para termos um crescimento mais estruturado. Nesse ponto temos que moderar o otimismo para continuar avançando”, acrescenta Daniela Muniz.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também divulgou ontem o ICEI nacional, que atingiu 65,3 pontos. Houve aumento de 1 ponto em relação a dezembro e foi o terceiro avanço mensal consecutivo. A média histórica desse indicador no Brasil é de 54,8 pontos. A região Sul foi a que teve maior índice, com 67,2 pontos, enquanto o Nordeste apresentou o mais baixo (64,5). A região Sudeste está no mesmo parâmetro de Minas Gerais, com 64,6 pontos.