Ovinocaprinocultura em debate: manejo certo como forma de se estabelecer na criação e no mercado

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

A Accomontes - Associação dos criadores de caprinos e ovinos do Norte de Minas realiza dia de campo, em Jequitaí, sobre ovinocaprinocultura de corte. Mais de 150 produtores e estudantes estiveram presentes ao evento que apresentou dados relevantes para o desenvolvimento da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura regional.

Há na região cerca de 400 mil cabeças de ovinos conforme a entidade, mas a pretensão é aumentar esse número e tornar a região numa grande produtora de ovinos e caprinos nos próximos anos.

Por enquanto, conforme a presidente da entidade, Maria Idalina Almeida a demanda ainda é maior que a oferta, mas a cada dia novos criadores têm investido no rebanho. O chamariz para tal interesse são os preços pagos à arroba do animal.

Do ano de 2005 para 2007 muitas inovações e orientações foram levadas ao conhecimento dos produtores seja através da UFMG, Sebrae, Codevasf, entre outros. Os passos foram significativos, e a prova disso, conforme Idalina é a assistência técnica levada, hoje, pelos acadêmicos da UFMG aos produtores. O Ministério da Integração doou motos para que o criador seja atendido em sua propriedade. No dia de campo, o tema ovinocaprinocultura de corte foi bastante debatido, afirma Idalina. As formas de manejo e os passos que faltam para chegar ao mercado foram algumas informações pujantes no evento.

Há dois anos a presidente da Accomig - Associação dos criadores de ovinos e caprinos do estado de Minas Gerais, Aurora Gouveia comentava que no Norte de Minas se consome pouca carne. São poucos gramas por ano para cada pessoa. Na capital, o consumo chega a três quilos pessoa/ano. No mundo, a Nova Zelândia defende o título de país maior consumidor. Lá, cada indivíduo consome aproximadamente 35 quilos de carne por ano.

Segundo dados da Seapa - Secretaria de estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento o rebanho de cabras e ovelhas triplicou nos últimos anos. A última estatística mostrou que o estado conta com cerca de 500 mil ovinos e 200 mil caprinos.

A tradição do Norte de Minas e do estado é de criar bovinos de corte e de leite, sendo que a tradição de criar cabras e ovelhas vem do Nordeste, como bem descreve Jorge Amado em seu romance Tieta do Agreste.

Nos séculos passados já era comum encontrar rebanhos de caprinos percorrendo as terras áridas da caatinga. Hoje, a região detém a maioria do rebanho nacional que, de acordo com o IBGE, chega a 10 milhões de caprinos e 15 milhões de ovinos. Aos poucos estes animais também vão ganhando espaço em outros pontos do país, como tem sido o caso de Minas Gerais.