Ovinos e caprinos também darão ar da graça na Expomontes

Jornal O Norte
13/06/2007 às 11:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:06

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Com a proximidade da Expomontes a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura está se aprontando para participar e exibir animais durante a mostra agropecuária. Todos os anos ovinocaprinocultores de vários lugares do Brasil vêm à Montes Claros exibir seus animais e aproveitam para fazer negócios.

A expectativa para que a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura cresça tem se intensificado depois que produtores passaram a abater esses animais em Janaúba. Por enquanto a demanda tem sido maior que a oferta e por tal motivo a Accomontes - Associação dos criadores de caprino e ovino do Norte de Minas perdeu até de mandar uma carga de caprinos para Goiás nos últimos meses.




Especialistas dizem que é preciso aumentar a oferta para


que novos frigoríficos sejam abertos


Alguns pratos como quibe de cordeiro tem chamado a atenção dos degustadores dessa carne, conforme Idalina Almeida, presidente da Accomontes, que todos os anos durante a Expomontes mantêm um restaurante dentro do parque de exposições de Montes Claros.

A prioridade na visão dos criadores é trabalhar para alcançar uma carcaça recheada, já que o brasileiro, aos poucos, tem inserido em seu cardápio receitas que levam, se não carne de cordeiro, uma saborosa buchada de bode ou assado dele. Não importa o prato.

Conforme o diretor executivo da empresa Nova Alimentos, José Domingos Caetano Júnior, há no país somente dois ou três frigoríficos específicos para o abate de cordeiros. O resto funciona em plantas adaptadas. As distâncias e o alto custo do frete também encarecem o produto final.

A falta de frigorífico se reflete em um grande problema. O Brasil não pode exportar hoje porque não tem nenhum frigorífico habilitado para exportar.

- Tem se criado um círculo vicioso quando se fala em ovinocultura no Brasil. O pecuarista só quer produzir se tiver certeza de lucro, de venda. O criador não está vendo a cadeia produtiva formada e está esperando por ela. Por outro lado, o empresário só quer investir na implantação de um frigorífico se tiver certeza que vai ter produto para abater. Então é preciso quebrar esse círculo vicioso. Alguém tem que tomar a iniciativa – conclui José Domingos.

GACCO

Segundo informou a professora e coordenadora do Gacco - Grupo de apoio aos criadores de ovinos e caprinos do NCA/UFMG, Anna Chistina de Almeida, há mais de seis meses tem realizado junto com outros professores e 31 alunos dos cursos de Zootecnia e Agronomia apoio técnico a 10 produtores. Estão sendo levadas informações sobre manejo, reprodução, alimentação entre outros detalhes necessários ao bom andamento da criação de ovinos e caprinos.

A professora acredita que a atividade precisa deslanchar na região, tendo em vista que há uma procura muito significativa por cordeiros e caprinos no mercado. As perspectivas são positivas, diz a professora, que ainda ressalta que todas as 10 fazendas foram indicadas pela Accomontes.

Para realizar esse apoio técnico, a Faemg - Federação da agricultura do estado de Minas Gerais disponibilizou recurso que deve atender às necessidades quanto às visitações às propriedades até o mês de agosto de 2007. Mas nem por isso esse trabalho, que é um seguimento de extensão da Universidade, vai parar.

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