Pablo Lobato resgata os "Ventos de Valls" em Tiradentes
(Divulgação)
Pablo Lobato é o primeiro a ressaltar a surpresa para um artista brasileiro – acostumado a prestar contas de todo dinheiro recebido –, em ter acesso a recursos de uma das mais prestigiadas fundações culturais do mundo, a Guggenheim, “para praticar uma ação sem necessariamente gerar um produto a partir dela”.
Foi assim que, em 2009, ele partiu para Valls, no interior da Espanha, com US$ 34 mil no bolso, para possibilitar um encontro, sem qualquer intenção de registro cinematográfico. Lobato foi quem tornou possível a “volta para casa” de seis irmãos que emigraram ainda crianças para Resplendor, em Minas Gerais.
CRIANÇAS
Claro que a resistência ao “bichinho” do cinema não demorou muito tempo e o resultado não poderia ser outro que não um filme, que já tem estreia marcada para a 16ª edição da Mostra de Tiradentes, como um dos concorrentes da Mostra Aurora 2013 ao lado de mais seis produções (veja lista no box ao lado).
“Comprei um equipamento portátil apenas para gerar registros. Chegando lá é que entendi que aquilo que era a pequena história, a viagem em si, poderia ser a grande história. Fiquei impressionado ao perceber como as paisagens de uma cidade medieval da Catalunha poderia disparar tantas lembranças”, destaca Lobato, que viu senhores entre 60 e 70 anos voltarem, num espaço de 15 dias, a serem crianças.